Quais justificativas para a escravidão africana ?
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Em um primeiro momento (século XV), a justificativa era basicamente a religião, porque não existia a noção de nacionalidade na Europa.
A escravidão africana, como se sabe, foi uma continuação da escravização dos mouros pelos cristãos ibéricos, e muitos desses islâmicos escravizados eram etnicamente ligados ao norte da África. Era, portanto, uma motivação inserida na justificativa que permitiu as Cruzadas. Se os islâmicos impunham tributos aos cristãos em seus domínios (e até os escravizaram em algumas situações), os cristãos se acharam no direito de tomarem prisioneiros islâmicos como escravos, o que se tornou uma instituição na Reconquista da península ibérica - e, particularmente, em Portugal.
Desde o século X a escravização de cristãos entrou em desuso na Europa, mas o renascimento comercial reintroduziu a escravidão nas cidades italianas. Inicialmente, eram cativos vindos do Cáucaso, mas logo os próprios árabes supriram a Itália (e também a península ibérica) com escravos que eles mesmo capturavam ao sul do Saara, entre grupos não-islamizados.
Rapidamente a escravidão se associou ao critério de cor e se desvinculou da religião.
No século XV, os portugueses apresaram africanos ao sul do Bojador (que nem eram islâmicos), e então a cor negra ficou sendo um distintivo ligado à condição de escravo, mesmo que não tenha sido jamais um critério para se escravizar.
A escravidão criou um tipo de racismo que não era existente nas culturas medievais.