Geografia, perguntado por davidvitorio2122, 4 meses atrás

quais interesses dificultam a implementação das terras de negros?porque?​

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Respondido por reissofia327
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LUTA DOS QUILOMBOS HOJE É PARA LIBERTAR A TERRA”

O Quilombo Saracura é um exemplo das comunidades "afro-amazônidas", herdeiras da resistência quilombola, como aponta o pesquisador Euripedes Funes".

Era o ano de 1844. Uma expedição de cerca de 30 “praças” saiu de Santarém para “dar combate” ao quilombo que existia no Tiningu e no Rio Ituqui, na região do Baixo Amazonas, no oeste do atual estado do Pará. Porém, a investida militar contra os negros fugidos da escravidão resultou em grande fracasso e as fugas continuaram a acontecer, como conta Eurípedes Funes, historiador e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) que estudou as memórias dos quilombos e “mocambos” da região. “Se num primeiro momento o enfrentamento visava construir a liberdade rompendo com a escravidão, hoje a luta se dá no sentido de libertar a terra para continuarem a ser livres”, aponta.

Nas áreas afastadas do Planalto Santareno e nas várzeas dos Rios Tapajós e Amazonas, formaram-se comunidades quilombolas que persistem ainda hoje — 175 anos depois dessa expedição, Radis esteve em quatro dessas comunidades remanescentes de quilombos em Santarém: Bom Jardim, Murumuru, Tiningu e Saracura. Além de ouvir as narrativas dos quilombolas, também conversamos com o historiador que pesquisou as memórias dessas comunidades, em seu doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista por email, Eurípedes também destacou que novos desafios se colocam para os quilombolas, com a expansão do cultivo de soja, do desmatamento ilegal e da mineração sobre as terras das comunidades tradicionais no Pará.

Como surgiram as comunidades quilombolas do Baixo Amazonas, na região de Santarém?

As comunidades de fugitivos da escravidão produziram histórias complexas de ocupação agrária, criação de territórios, cultura material e imaterial próprias, baseadas no parentesco e no manejo coletivo da terra. Falar em comunidades negras quilombolas ou mocambeiras no Baixo Amazonas é remeter a uma história marcada por conflitos e resistências de escravizados, que romperam com a sua condição social ao fugirem dos cacoais [fazendas de cacau], das fazendas de criar, das propriedades dos senhores de Óbidos, Santarém, Alenquer e mesmo de Belém. É navegar nas reminiscências vivas que marcam as experiências sociais e vivências de africanos e afrodescendentes — negros que constituíram, nos altos dos rios Curuá, Trombetas e Erepecuru e lagos de Óbidos e Santarém, no século 19, seus territórios onde ser livre era possível.

Como as memórias da escravidão permanecem vivas entre os quilombolas de hoje?

As marcas desse processo histórico são visíveis na documentação gerada pelo governo paraense, como correspondências, relatórios e autos cíveis, nos jornais da época e nas narrativas produzidas por viajantes, em sua maioria cientistas, que visitaram estes rios ao longo da segunda metade do século 19 e primeiras décadas do século 20. Estão presentes, sobretudo, na memória dos continuadores dessa luta, os quilombolas de hoje. Se num primeiro momento o enfrentamento visava construir a liberdade rompendo com a escravidão, hoje a luta se dá no sentido de libertar a terra para continuarem a ser livres. A imagem da violência praticada pelos senhores permanece na memória dos remanescentes e é sempre ressaltada ao falarem sobre o porquê da fuga de seus ascendentes. O processo de fuga, individual ou coletivo, geralmente ocorria em épocas de festas e, mais especificamente, no caso da Amazônia, no período de cheias. Nessa região, as festas, em especial as dos ciclos natalino e junino, coincidem com o tempo de inverno e da castanha. Tempo da cheia, tempo da festa, tempo da castanha, este era o tempo da fuga.

O que as comunidades “afro-amazônidas” partilham em relação a costumes, vivências e identidade?

Aqueles que detêm a memória histórica, coletiva, são os mais velhos que ouviram as histórias narradas pelos avós ou, movidos pela curiosidade, indagavam sobre o passado, o tempo dos mocambos, do cativeiro e de suas origens. Os de agora fazem da história daqueles, sua própria história. Ao se referirem aos antepassados, eles se voltam menos para o tempo da escravidão, e mais para

Respondido por antoniobernardodeoli
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