Quais influências que a cultura pode exercer na adolescência?De que maneira?
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Resposta:
A cultura exerce uma influência sobre diversos aspectos do desenvolvimento das crianças. As experiências de aprendizado de uma criança que vive em uma cultura sem sistema de educação oficial são moldadas pela sua participação ou sua observação dos adultos praticando atividades culturalmente pertinentes (por exemplo, na cultura camponesa tradicional maia, as meninas aprendem a tecer com suas mães). A cultura desempenha também um papel no desenvolvimento sócio emocional, estimulando ou desencorajando certos comportamentos. Embora a maioria dos conhecimentos atuais sobre desenvolvimento sócio emocional provenha de estudos realizados com crianças da América do Norte, há evidências de uma variabilidade cultural. Por exemplo, brincadeiras de faz-de-conta são muito menos comuns para as crianças de países orientais, como a Coréia, que para as crianças ocidentais. Quando as crianças de culturas orientais participam nesse tipo de brincadeiras, elas personificam normalmente um membro da família, e raramente fazem de conta que são personagens de contos de fadas.
Existem também diferenças de temperamento entre as culturas. As crianças em idade pré-escolar da Coréia e da China tendem a serem mais ansiosas, introvertidas e retraídas, e menos sociáveis que seus pares da Europa ocidental. Enquanto que, nas culturas ocidentais, o comportamento introvertido de uma criança está associado a um risco de relações complicadas com seus pares e de problemas de interiorização (por exemplo, solidão e depressão), essas dificuldades são muito menos frequentes em crianças de culturas orientais, embora novas pesquisas indiquem que crianças da Índia e da China urbana correm o mesmo risco. Essas diferenças podem ser explicadas pelo significado atribuído a esses comportamentos. Nas culturas do Leste Asiático, onde a harmonia de grupo é valorizada, uma criança introvertida é vista como socialmente competente, obediente e educada. Em contraste, uma criança introvertida é considerada nas culturas ocidentais como ansiosa e sem habilidades sociais.
As crianças de culturas que enfatizam a interdependência tendem a agir de forma menos agressiva e mais pró-social que as crianças de países onde a independência e a competitividade são valorizadas. Em comparação com as mães europeias ou americanas, um maior número de mães chinesas acredita que seus filhos devem agir de forma pró-social para se conformar às normas do grupo (por exemplo, se adaptar) e enfatizam o autocontrole como prática educativa. Independentemente da cultura, existe uma tendência universal das crianças pró-sociais e não agressivas serem preferidas pelas outras crianças.
O sentido da amizade difere também entre as culturas. Em países como Cuba e a Coréia, onde as amizades representam um indicador de sucesso, as crianças em idade escolar relatam relações mais estreitas com seus pares que as crianças norte-americanas. As crianças de culturas orientais utilizam também a indiferença para resolver conflitos com amigos, enquanto que as crianças ocidentais preferem negociar com seus pares.
Todos os países compartilham o desejo de promover o desenvolvimento das crianças, mas as culturas diferem quanto às suas convicções sobre os resultados que devem ser priorizados, como demonstram as diferentes versões nacionais de Sesame Street. Enquanto que o programa original da televisão americana foi elaborado para promover o aprendizado da leitura e da matemática, uma versão adaptada na Irlanda do Norte dedica a mesma porção de seu programa às ações pró-sociais, enquanto no programa Rechov Sumsum de Israel é enfatizado o respeito mútuo e a compreensão