História, perguntado por suelen10cardoso20, 1 ano atrás

Quais hospedarias de imigrantes tinham em sp, onde elas se localizavam, qual região?​

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Respondido por priscilaolaew
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Resposta:

Há 130 anos, em junho de 1886, começaram as construções daquela que viria a ser a maior hospedaria para (i) migrantes do Brasil, a Hospedaria de Imigrantes do Brás, conhecida posteriormente como Hospedaria de Imigrantes de São Paulo.

Recepcionar estrangeiros já não era novidade para a cidade de São Paulo naquela época. Na década de 1870 por exemplo, imigrantes ficavam hospedados em casas alugadas pelo governo próximas à estação da Luz, e depois em um alojamento no bairro do Pari.[1] Nos dois casos, tais lugares de recepção ficavam próximos a linha de trem; porém, ambos eram pequenos, inadequados para receberem grupos cada vez maiores de pessoas que chegavam constantemente.

Em 1881, por meio da Lei Provincial n.36, de 21 de fevereiro, institucionalizava-se a construção de uma hospedaria no Bom Retiro. Um prédio no bairro foi adquirido e depois de sofrer algumas reformas viu sua capacidade de acolhimento se estender para um total de quinhentas pessoas. Tal hospedaria funcionou de 1882 a 1887 e abrigou cerca de 31.275 imigrantes.

Ano após ano, o Brasil – e mais especificamente o estado de São Paulo – ampliava seus esforços no intuito de estimular, sob todos os aspectos, a imigração; trazer “braços para a lavoura”, principalmente famílias do norte da Itália, seria essencial para a economia. O aumento do movimento de entrada de imigrantes em São Paulo e na hospedaria do Bom Retiro aumentaram exponencialmente e o uso dessa hospedaria passou a ser questionado, como podemos ver em trecho do relatório do vice-presidente da província de S. Paulo, Dr. Elias Antonio Pacheco e Chaves:

“Este edificio não offerece condições correspondentes ao seu destino, já porque só pode comportar numero exiguo relativamente aos immigrantes que dão entrada nestra provincia, como principalmente pela distancia em que se acha das estações de estrada de ferro e linhas de bonds, não fallando nas pessimas accomodações do edificio”. (transcrito com a linguagem da época)

Assim, o governo paulista ficou incumbido de construir uma nova hospedaria. Teria como recursos 100 contos de réis mais a venda do edifício do Bom Retiro. A comissão escolhida para escolher o local apropriado do novo lugar de recepção dos imigrantes era composta pelo General José Vieira Couto de Magalhães, o inspetor geral de imigração, José de Sá Albuquerque, e por dois cafeicultores paulistas, Nicolau de Souza Queiroz e Raphael Aguiar Paes de Barros.

A decisão sobre o local foi um tanto quanto polêmica, o general e o inspetor elegeram um terreno pertencente ao convento da Luz, já os cafeicultores queriam um quarteirão entre os bairros da Mooca e Brás. Chegou-se a uma resolução de que o novo edifício seria construído mesmo na Luz (com compra autorizada inclusive), porém o presidente da província de São Paulo. João Alfredo Corrêa de Oliveira, alegando “razões de conveniência” ficou com a palavra final e decidiu-se pelo terreno do Brás, enquanto o outro, já comprado, foi repassado ao Ministério da Guerra.

Como podemos ler no relatório do presidente da província de São Paulo, tais razões eram a proximidade do terreno com as linhas de ferro que ligavam Santos ao interior do estado, e o Rio de Janeiro a São Paulo, bem como a necessidade de “aformoseado” do bairro da Luz, região de preferência das famílias paulistas mais ricas.

Como dito, a nova hospedaria começou a ser construída em junho de 1886. Projetada para receber 3 mil imigrantes, em épocas de constantes e intensos fluxos migratórios, chegou a comportar 10 mil pessoas. Os primeiros imigrantes a passarem pela hospedaria a viram ainda em construção, no ano de 1887 (tiveram que ser transferidos devido uma epidemia de varíola no prédio do Bom Retiro). Finalmente foi concluída e inaugurada oficialmente, em 1888.

Apenas parte da política de imigração na época, a Hospedaria de Imigrantes do Brás tornou-se um dos grandes símbolos da imigração para o estado de São Paulo; um dos motivos que a transformou no Museu da Imigração.

Também cabe notar que os registros eram feitos em nome dos “chefes de família” (via de regra o parente do sexo masculino, em idade produtiva, mais velho). Sugerimos pois que a consulta seja feita pelo nome destes.

Fonte: Acervo Público do Museu da Imigração SP/Acervo público do Estado de São Paulo

Explicação:

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