Quais foram os principais pensadores responsáveis por expandir o ateísmo?
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O Ateísmo Religioso de Karl Marx
Ronaldo Mota
O Ateísmo Religioso de Karl Marx
“considere-se que o ateísmo – pelo menos na acepção desse livro – é o próprio segredo da religião (...) na sua verdadeira essência, em mais nada crê senão na verdade e divindade da essência humana”. Ludwig Feuerbach[1]
Introdução
Certamente, ao considerar o título do presente artigo, alguém poderia objetar que não é possível existir um ateísmo religioso. Realmente, se considerarmos os termos em suas acepções correntes, isto é, ateísmo como a negação da existência de Deus e religião como um conjunto de relações estabelecidas entre Deus e os homens, não poderíamos pensar num ateísmo religioso. Todavia, ao estudarmos certos pensadores modernos, muitas vezes deparamo-nos com paradoxos desse tipo. Um caso típico é o de Karl Marx. Em toda sua obra, desde a juventude até a maturidade, podemos encontrar curiosos paradoxos desse gênero.
Em 1841, Marx, Bruno Bauer e Feuerbach (jovens hegelianos), projetavam fundar uma revista cujo título seria Arquivo do Ateísmo. Segundo Arnold Ruge, outro jovem hegeliano e amigo de Marx, os três estavam a ponto de fundar uma “Montanha” anti-religiosa, tomando o estandarte do ateísmo e da mortalidade contra Deus, a religião e a imortalidade.[2] A revista não saiu, mas foi publicado um panfleto anônimo intitulado A trombeta do juízo final contra Hegel, ateu e anticristo. Um ultimatum. Nesse panfleto, escrito por Bauer e Marx, afirmava-se que Hegel era ateu.[3] Esse fato já nos traz alguns problemas. Como poderia Hegel, o grande expoente do idealismo alemão, autor da Fenomenologia do Espírito, leitor e seguidor dos místicos alemães (Mestre Eckhart, Nicolau de Cusa e Jocob Böhme) e dos neoplatonicos, ser chamado de ateu? Como seria possível, pois, ser ao mesmo tempo hegeliano e ateu como queriam os jovens hegelianos? O paradoxo é evidente, e não é o único.
Espero ter ajudado muito!!!!