História, perguntado por wictormartins, 9 meses atrás

quais foram os primeiros atos da Assembleia Nacional , na França do final do século XVIII?​

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Respondido por Beba11206
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Resposta: Na antiga França, a sociedade era dividida em estamentos, existindo três ordens ou estados, sendo eles: o Primeiro Estado (clero), o Segundo Estado (nobreza) e o Terceiro Estado (burgueses, camponeses, entre outros). Suas proporções numéricas são imprecisas, no entanto, estima-se que dos 23 milhões de habitantes que o reino podia conter, não havia mais de 100 mil pessoas do Primeiro Estado, composto por sacerdotes, monges e freiras; 400 mil nobres; e todo o resto fazia parte do Terceiro Estado.

O clero era um dos estados que mais possuía privilégios. Esse estado formava um corpo representado por uma Assembleia periódica, dotada de administração própria - agentes gerais do clero, câmaras diocesanas - e provido de tribunais particulares, o provisorado. O chamado Primeiro Estado não era obrigado a pagar impostos diretos ordinários, além de não depender materialmente nem do Estado e nem dos fiéis, uma vez que recebia o dízimo de todos os produtos da terra. Além disso, o clero também possuía o monopólio do ensino e da assistência e participava da censura de tudo aquilo que se imprimia legalmente.

O Segundo Estado, também conhecido como a nobreza, gozava de privilégios como o porte de espada (privilégios honoríficos), a isenção de impostos (como a talha), a isenção da obrigação da corveia nas estradas (dias de trabalho gratuito que os servos deviam ao seu senhor) e o alojamento de soldados. Porém, ainda era menos favorecido que o primeiro estamento, pois não formava um corpo e deveria pagar a capacitação e o vigésimo. No entanto, aquilo que diferenciava os nobres do Terceiro Estado é o nascimento: a verdadeira nobreza vinha do berço. Assim, era por meio do sangue que o nobre sustentava sua superioridade inaliável sobre o plebeu ignóbil, sendo o casamento desigual considerado uma mácula indelével.

Existia também uma outra nobreza que se contrapunha a essa nobreza de espada: a chamada nobreza de toga. O rei podia enobrecer alguns indivíduos - os seus servidores - os recompensando por meio de um título pessoal, que após certo tempo de exercício da função tornava-se transmissível. Essa prática surgiu por volta dos séculos XVI e XVII, em que, para obter dinheiro, o rei passou a vender funções públicas - sobretudo as judiciais, mas também as financeiras, militares, administrativas e municipais - e dessa forma, passou a enobrecer esses cargos ou offices para elevar o preço. Composta em sua maioria por burgueses, a nobreza de toga durante muito tempo foi menosprezada pelos nobres de espada. Geralmente, devido a tradição familiar, o membros da nobreza de toga sabiam administrar e aumentar seu patrimônio, diferentemente da nobreza de espada.

Quanto ao Terceiro Estado, não há especificamente uma classe de cidadãos que possa o definir. O historiador inglês Eric Hobsbawm chama de Terceiro Estado uma “entidade fictícia destinada a representar todos os que não eram nobres nem membros do clero”. O Antigo Regime, de certa forma, confundia no Terceiro Estado todos os plebeus, do mais rico dos burgueses ao mais miserável dos mendigos, ou seja, 96% da nação francesa daquela época, conforme o abade Emmanuel Joseph Sieyès. Essas três ordens compunham os Estados Gerais que eram convocados pelo Rei para se reunir em uma Assembleia quando ocorria algum problema dentro do reino, ou quando desejava ouvir a opinião desses.

espero ter ajudado!!!

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