Quais foram os benefícios do governo do Barack Obama para os EUA
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Saída da crise econômica
No campo doméstico, Obama tinha um enorme desafio. Ele herdou a maior crise econômica dos EUA desde a Grande Depressão de 1929. O déficit orçamentário (quando o Estado gasta mais do que arrecada) estava nas alturas — parcialmente em razão dos gastos militares nas guerras do Afeganistão (iniciada em 2001) e Iraque (2003). A recessão causada pela chamada “bolha imobiliária” exigiu também muitos gastos. Obrigou a injeção de dinheiro público em instituições financeiras — tanto no governo Bush quanto no Obama. Foram centenas de bilhões de dólares em iniciativas desse tipo. Os pacotes de estímulo foram capazes de reaquecer a economia. E, sob sua administração, Obama viu o PIB do país finalmente voltar à trajetória de crescimento, mesmo que modesto. O desemprego, que no auge da crise bateu 10%, foi reduzido para 4,6%, segundo dado de dezembro de 2016. “É a melhor recuperação de todas as economias avançadas, se você comparar com a situação na Europa”, afirma Geraldo Zahran, professor de relações internacionais da PUC-SP.Sistema de saúde
Ainda no plano doméstico, Obama vai ficar lembrado pela reforma do sistema de saúde. Apesar de serem uma grande potência, os Estados Unidos não tinham um sistema público de saúde universal (como o brasileiro SUS). O país até fornecia o serviço Medicaid, para pessoas de baixa renda, e Medicare, para idosos, mas uma boa parcela de americanos (cerca de 46 milhões) não tinha cobertura médica. Obama propôs então um programa em que todos os cidadãos são obrigados a contratar cobertura de saúde, se não quiserem ser multados.
O sistema, no entanto, ainda é polêmico. “Por um lado, estimativas dizem que milhares de pessoas que antes não tinham cobertura de saúde hoje têm, mas o sistema também está começando a mostrar suas limitações”, diz Geraldo Zahran. Os preços dos planos têm subido, já que agora as empresas têm de prover cobertura de serviços que antes não eram
Reforma da saúde: Os EUA não mantém um sistema público universal de saúde. Com a aprovação da lei que reforma o sistema de saúde, em março de 2010, cerca de 32 milhões de pessoas (quase 10% da população) que não tinham cobertura médica passarão a tê-la até 2019. Com a nova lei, todos os cidadãos são obrigados a contratar um plano de saúde – o governo deve fornecer subsídios para as famílias mais pobres.
Casamento gay: Em junho de 2015, a Suprema Corte declarou que casais formados por pessoas do mesmo sexo têm o direito garantido pela Constituição de se casar em todo o país – até então, cada estado tinha autonomia para legislar sobre o tema. A decisão é uma vitória pessoal de Obama, que sempre apoiou a legalização, e representa uma das mais relevantes conquistas no campo dos direitos civis da história norte-americana.
Aproximação com Cuba: Após mais de cinco décadas de rompimento, EUA e Cuba retomaram as relações diplomáticas oficialmente em 20 de julho de 2015, com a reabertura das embaixadas em Havana e Washington. Apesar das divergências ainda persistentes, os dois países começam timidamente a reatar alguns laços comerciais. No entanto, o fim do embargo econômico, apoiado por Obama, depende da aprovação do Congresso norte-americano.
Acordo nuclear com o Irã: A aposta na diplomacia em vez do confronto também obteve resultados importantes na negociação do acordo nuclear do Irã, no qual os EUA desempenharam papel decisivo. O pacto assinado em julho de 2015 estabelece limites à atividade nuclear do Irã, em troca do fim das penalidades às quais o país persa estava submetido. Espera-se que, o Irã possa gradualmente retomar as relações com os EUA.