Geografia, perguntado por anacruz0101, 1 ano atrás

Quais foram as
primeiras estratégias de ocupação do território brasileiro adotadas

pelos portugueses? 

Soluções para a tarefa

Respondido por vitormenezes
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Primeiramente, a estratégia da Coroa Portuguesa foi a de proteção contra possíveis invasores, sendo a França a mais recorrente. Por isso foi criado as capitanias hereditárias. Em 1548, foi criado o Governo- Geral que objetivava a centralização política da colônia e coordenação da ocupação e povoamento da terra.
Respondido por falarodrigo
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Cara Ana,

As estratégias de Portugal para colonizar / invadir as terras do continente americano precisavam enfrentar graves problemas econômicos, logísticos, militares, demográficos, e políticos. O primeiro deles é que a colonização ou invasão das terras que hoje formam o Brasil por Portugal requeriam um alto investimento. Seria o comparável, aproximadamente, a irmos, na atualidade, conquistar Marte (o planeta vermelho) .

Nesse sentido, as grandes navegações foram estimuladas pelo lucro astronômico obtido com a compra nos locais de produção nas Índias Orientais e a venda desses produtos na europa. Assim, mesmo os portugueses tendo que contornar todo o continente africano, obtinham lucros astronômicos, na lógica do capitalismo comercial (no qual, ainda com altíssimos custos, o retorno financeiro também era enorme), o que estimulou bastante as grandes navegações.

Quanto ao território na América, ao contrário das civilizações cheias de ouro e prata para serem roubadas na parte americana dominada pela Espanha, o nosso território apenas oferecia o pau-brasil, entre outros produtos comerciais interessantes, não requeriam a presença continuada no território, haja vista que sua obtenção era mais fácil através do escambo (troca de bugigangas com os índios). Além disso, os indígenas aqui viviam na idade da pedra, não apresentavam cidades ou complexas estruturas governamentais.

Além disso, não havia uma população tão grande em Portugal como a que existia na Espanha, de modo que era mais interessante, do ponto de vista do lucro financeiro, investir em navios para ir às Índias, ou cultivar a cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Cabo Verde,  haja vista estarem mais próximas do continente europeu.

Desse modo, apenas quando o comércio com as Índias e outros países orientais deixou de ser tão rentável e Portugal desenvolveu a tecnologia para o cultivo da cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Açores, bem como outras nações europeias (especialmente a França) ameaçavam tomar o território que hoje seria o Brasil, Portugal promoveu o sistema de capitanias hereditárias como uma tentativa de colonizar o gigantesco território que possuía. 


Assim, o projeto colonizador português partia de experiências já realizadas em algumas ilhas, através das capitanias hereditárias, de modo que transferia os principais gastos do empreendimento colonizador para particulares, especialmente amigos do rei. Muitos que receberam essas terras, inclusive, diziam algo semelhante a "tenho de conquistar por polegada as terras que o rei me dá em quilômetros", devido ao combate constante com os índios e com os franceses.

Muitos índios passaram a ser escravizados para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar. Entretanto, na divisão de trabalho indígena, os homens caçavam e guerreavam, cabendo às mulheres o cultivo de alimentos e coletas de frutas. Sem liberdade, tendo que realizar um trabalho feminino que para eles não fazia muito sentido, muitos preferiam morrer de fome, suicidando-se, bem como se recusando a trabalhar. Dessas características de não conseguirem obrigar os índios ao trabalho pesado na lavoura por muito tempo, criou-se o mito de que os indígenas seriam "preguiçosos". Além disso, em razão de conhecerem bem a terra, falarem o idioma da região, bem como as tribos aliadas dos portugueses  e os jesuítas começarem a rejeitar esse tipo de tratamento, tornou-se mais interessante a importação de escravos africanos.

A partir de então, a escravidão já havia entre os próprios africanos e pelos árabes, além da mão de obra africana ser utilizada com sucesso nas lavouras de cana das ilhas da Madeira e Cabo Verde. Além disso, em razão de desconhecerem a natureza, o idioma, bem como estarem mais adaptados ao trabalho agrícola, os africanos fugiam menos. No discurso religioso dos jesuítas e outras correntes, a escravidão do negro era aceita.


Portanto, a cultura da cana de açúcar no nordeste, tendo por base a monocultura voltada à exportação em extensas áreas e o uso da mão de obra escrava possibilitavam enormes lucros, tornando viável a colonização do território que viria a ser o Brasil no futuro. Essa atividade econômica era tão importante que houve determinações acerca da criação de gado só ocorrer bastante distante da região litorânea, evitando prejudicar as plantações, bem como ajudando a interiorizar a colonização.


Bons estudos!

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