Quais foram as fases de aiba
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Resposta:
No que diz respeito à pintura histórica, vale destacar o papel da "arte acadêmica nacional" na construção de uma iconografia do Império, sobretudo no período de dom Pedro II (1825-1891), entre 1841 e 1889. Ao lado da profusão de retratos do imperador e do registro de comemorações oficiais, parte dos artistas acadêmicos envolve-se na construção de uma memória da nação, de timbre romântico, com a eleição de alguns emblemas: o índio é um dos mais importantes - por exemplo, Moema (1866), de Victor Meirelles (1832-1903), Iracema (1881), de José Maria de Medeiros (1949-1925) e O Último Tamoio (1883), de Rodolfo Amoedo (1857-1941).
A história da Aiba acompanha os esforços de dom João VI (1767-1826) no sentido de aparelhamento do Estado na colônia ultramarina, elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, em 1815. O decreto de doze de agosto de 1816 cria a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios para a qual é contratada uma Missão Artística Francesa que chega ao país no mesmo ano para inaugurar as atividades da instituição. A Escola, o próprio nome indica, possui dupla face: formar o artista para o exercício das belas-artes e também o artífice para as atividades industriais. A Missão tem origem no esforço de Joachim Lebreton (1760-1819), secretário perpétuo do Institut de France que, com o apoio de dom João e do conde da Barca (1754-1817), traz ao país um grupo de artistas e técnicos, entre os quais, os pintores Nicolas Antoine Taunay (1755-1830) e Debret (1768-1848), o escultor Auguste-Marie Taunay (1768-1824) e o arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850), autor do projeto da sede da Aiba e principal responsável pelo ensino da arquitetura na academia. As obras do arquiteto são exemplares do estilo neoclássico, no Brasil, como por exemplo, a antiga Alfândega, hoje Casa França-Brasil e o Solar Grandjean de Montigny, sua antiga residência, atualmente pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ).
Enquanto durou, de 1826 até 1889, a Aiba teve sete diretores e passou por duas grandes reformas (1831 e 1855), mas são as gestões do pintor Félix Taunay (1795-1881) - de 1834 a 1851 - e a do pintor e crítico de arte Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879) - de 1854 a 1857 -, que consolidam a academia. A fase de Taunay marca a estruturação dos cursos, a criação das Exposições Gerais de Belas Artes em 1840 e a concessão de prêmios de viagem ao exterior, a partir de 1845. A era Porto-Alegre, primeiro brasileiro a dirigir a instituição, coincide com a tentativa de modernização da academia pela ênfase no estabelecimento de bases teóricas para o ensino, na idéia de nacionalização da biblioteca (transformando-a na memória pictórica brasileira) e na criação de coleções de arte brasileiras. Porto-Alegre confere importância destacada à pintura de paisagens que deveria, segundo ele, sair da cópia de estampas e dos quadros da pinacoteca e voltar-se para o registro da natureza nacional. A pintura de paisagens, encontra forte enraizamento na arte brasileira, desde Nicolas Taunay (por exemplo, Cascatinha da Tijuca e Vista do Outeiro, Praia e Igreja da Glória, ambas realizadas entre 1816-1821). A defesa feita por Porto-Alegre da pintura ao ar livre e do registro realístico da flora e da fauna nacionais encontra sua efetiva realização, décadas depois nas obras do pintor alemão Georg Grimm (1846-1887) e seu grupo.
Debret é o pintor mais importante da Aiba nos primeiros tempos. Formado por Jacques-Louis David (1748-1825) pelo ideário neoclássico, que tem na pintura histórica e mitológica a sua pedra de toque, Debret inicia seu trabalho no Brasil com a organização dos festejos de aclamação de dom João VI, em nada semelhantes às festas revolucionárias francesas organizadas por David. Durante sua estada brasileira, observa-se um interesse crescente pelo acompanhamento de aspectos variados da vida social brasileira - o movimento das ruas, o interior das casas, o cotidiano dos escravos etc.
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