Quais foram as ações de Miguel Hidalgo, José de Martin, Simón Bolívar e Tupac Amaru II nas colônias espanhola? (Separadamente)
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Resposta:
Ao longo do século XIX, o continente americano foi varrido pelos mais diversos movimentos de independência. Região de colonização europeia, a América teve na Independência das Treze Colônias Inglesas a pioneira deste processo, evento que ocorreu ainda no século anterior. No entanto, seria somente nos “oitocentos” que as demais regiões viriam a se libertar da dominação metropolitana, inclusive aquelas sob controle espanhol.
Influenciados pelos ideais libertários do Iluminismo, estes movimentos se sucederam em clara resposta ao aperto do pacto colonial imposto pela Espanha. Neste momento, as colônias hispano-americanas sofriam com uma extensa carga tributária, além de um sistema fiscalizador cada vez mais rigoroso, elevando a insatisfação dos colonos a níveis nunca antes vistos.
Uma das determinações mais impopulares tomadas pela Coroa espanhola foi o estabelecimento do sistema de “Portos Únicos”. Segundo esta deliberação, os negociantes americanos só poderiam enviar suas mercadorias à Europa através de portos específicos, localizados no México, Panamá e Colômbia. Embora esta medida tivesse sido adotada pelo governo espanhol já nas primeiras décadas da colonização, sua aplicação passou a ser mais rígida nos anos anteriores à eclosão das independências.
AUTOGOVERNO DOS CABILDOS
Lutas de independência na América Espanhola (Foto: Reprodução)
Lutas de independência na América Espanhola (Foto: Reprodução)
Nos primeiros anos do século XIX, a Europa foi assolada pelo expansionismo napoleônico, transformando sua formatação territorial e composição política. Na Espanha, por exemplo, as tropas francesas foram responsáveis pela deposição de Fernando VII, fato que viria a transformar profundamente os caminhos tomados pelas colônias hispânicas no Novo Mundo.
Neste momento, o trono espanhol ficou sob a incumbência de José Bonaparte, irmão de Napoleão. Os colonos americanos, então, jurando fidelidade a Fernando VII, não reconheceram a legitimidade do novo governo. A partir de então, os assuntos da colônia passaram, assim, a ser coordenados diretamente pelos cabildos, espécie de câmara municipal integrada pelos colonos hispano-americanos mais abastados, os criollos.
O autogoverno dos cabildos representava, ao menos na prática, a quase que total autonomia dos colonos no que diz respeito às decisões sobre as questões pertinentes à América Hispânica. Neste momento, caberia a estes homens o papel que anteriormente era desempenhado pela Coroa espanhola e seus representantes. E foi justamente neste cenário que as elites coloniais deram início às lutas pela independência.
Com a derrota de Napoleão e as resoluções do Congresso de Viena, todos os governantes submetidos por Bonaparte foram novamente levados ao poder. Fernando VII, por exemplo, voltara ao trono espanhol, reimplementando o absolutismo no país. Em relação às suas colônias, tentou retomar o controle dessas regiões, retirando toda a autonomia conquistada por seus nativos durante o período marcado pelo autogoverno dos cabildos. Apresentava-se, então, mais um fator motivador para o fortalecimento dos movimentos emancipacionistas.
LIDERANÇA CRIOLLA
Independência Haiti (Foto: Reprodução)
Independência Haiti (Foto: Reprodução)
Liderados pelas elites criollas, tais movimentos contaram com pequena participação popular. Diferente da ilha de São Domingos (atual Haiti), colônia francesa cujo processo de independência foi liderado por escravos de origem africana, as colônias espanholas tiveram suas emancipações coordenadas pelos setores mais abastados.
Evidentemente que revoltas populares chegaram a ocorrer, como, por exemplo, o movimento liderado pelos padres Miguel Hidalgo e José Morellos no México, e a rebelião organizada por Tupac Amaru na região do Peru. No entanto, todas elas foram frontalmente combatidas não apenas pelas autoridades espanholas, mas também pelas elites criollas, temerosas da “haitinização” dos movimentos de independência.
As independências hispano-americanas ocorreram em momentos distintos, basicamente ao longo das três primeiras décadas do século XIX. Em todos os casos, a participação dos “Libertadores da América” foi fundamental. Estes homens eram importantes líderes locais que coordenaram diversos movimentos emancipatórios. Simón Bolívar, José de San Martín, Bernardo O’Higgins e José Sucre foram quatro desses libertadores que, conjuntamente às elites criollas, fundamentaram o surgimento dos primeiros países livres no território da América Espanhola.