História, perguntado por anamachadoo287, 9 meses atrás

Quais eram as reivindicações dos revolucionários méxicanos?

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Respondido por pituba14
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Resposta:

Explicação:

O interesse pelo estudo da Revolução Mexicana se deu principal mente pela eclosão da Revolução Cubana as partir de 1959. Tudo indica que para os próprios mexicanos a retomada dos estudos sobre sua revolução ocorreu a partir dos anos sessenta quando, simultaneamente, se comemorava o cinqüentenário da Revolução e a ascensão do fidelismo ao poder. Também tem despertado nossa curiosidade, o chamado "modelo mexicano", isto é, um regime político de partido único que mantém um sistema eleitoral que não altera os resultados finais e que se mantém surpreendentemente estável ao longo dos últimos sessenta nos. O México apresenta um regime político sui generis, um regime onde nem o Exército, nem a Igreja, nem o latifúndio são os fatores dominantes nas decisões políticas do país.  

Então a Revolução Mexicana nos interessa por dois aspectos: por ser a primeira grande revolução social do nosso século (anterior inclusive à revolução bolchevista de 1917) e também por apresentar um regime político dos mais estáveis na história da turbulenta América Latina.  

Como classificar esta revolução  

O primeiro grande problema com que nos defrontamos ao analisarmos a história da Revolução Mexicana é como defini-la. Ela não se amolda aos padrões conhecidos de classificação revolucionária: isto é "Revolução Burguesa" e "Revolução Socialista".  

A mais recente interpretação dessa revolução foi feita por Arnaldo Córdova (A Ideologia da Revolução Mexicana, 1973) que a classifica de "revolução populista", pois descrê da possibilidade de se utilizar do material teórico europeu para qualificá-la. "Populista" porque todos os grupos que se degladiavam lutavam de fato pela hegemonia da liderança sobre as massas, todos os grupos em conflito apelavam constantemente para elas, para que as massas se decidissem a favor de um ou de outro.  

Seria populista também pelo grau de compromissos assumidos pelos dirigentes políticos: compromissos que representavam entre a nova classe emergida da revolução e povo. Neste sentido ela anuncia ao resto da América Latina, um modelo ímpar, uma espécie de terceira via, entre o regime oligárquico puro e simples e a revolução socialista, que passa a ser uma alternativa a ser considerada especialmente a partir de 1917. O Populismo seria uma síntese entre o regime oligárquico e o avanço socialista. O sistema de gerência da sociedade contava com forte cunho paternalista, mas a participação popular se fazia garantir através das eleições, da organização sindical e da legislação social. O que queremos dizer é que a Revolução Mexicana foi de certa forma o grande modelo que inspirou posteriormente os demais movimentos populistas na América Latina, tais como o Varguismo no Brasil, o Peronismo na Argentina, o Aprismo no Peru, etc...  

A direitização que se assiste no regime mexicano de certa forma acompanha a direitização do populismo em toda a América Latina. Esta direitização se dá, porque o grande adversário do populismo não são mais as oligarquias, mas sim o projeto socialista. Isto implicou num acomodamento do populismo com as oligarquias, que passam a fazer frente em comum contra a presença socialista.  

escassez de idéias  

Um dos aspectos que mais chama a nossa atenção no estudo da Revolução Mexicana é a carência de idéias. De construções ideológicas que aparelhassem os revolucionários na conquista do poder. Quando a Revolução eclode, entre 1910-11, observa-se que seus argumentos ideológicos expostos pelos militantes antiporfiristas são extraídos do liberalismo burguês: alternância do poder, rotatividade no executivo, eleições periódicas e honestas, legislativo autêntico e judiciário independente. Este programa (que foi esboçado pelo Plano de San Luís de Potosi, outubro de 1910) convivia desconfortavelmente com outro, emergido das bases camponesas, e expressadas principalmente por Zapata que exigia uma reforma agrária que restaurasse ao ejidos.  

Desgraçadamente faltou para as lideranças camponesas um instrumental ideológico que ultrapassasse a simples luta pela terra e se configurasse numa luta pelo poder político.  

Assim a Revolução Mexicana é fruto de uma dupla revolução: uma revolução das elites dissidentes, marginalizadas pelo sufocante aparelho porfirista e que reivindicam sua participação no poder por meio da ideologia liberal clássica. E outra, mais profunda, vinculada ao passado de humilhações que a massa camponesa de sangue indígena sofreu e que aproveitou o conflito entre as oligarquias para apresentar seu projeto social: fim dos guachupines e retorno ao ejido. Não é um projeto anticapitalista, mas sim antifeudal. Contrapõe o poder do haciendado ao poder dos comuneros organizados nos pueblos e ejidos.  

O despreparo político dos líderes camponeses, Villa e Zapata os impossibilitou do exercício do poder. Seus vínculos estreitamente regionais, Villa no Norte e Zapata em Morellos no Sul, foram enormes obstáculos para a unidade política da Revolução.

Respondido por pessoinhabrasil0
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A Revolução iniciada em 1910 foi um grande movimento popular, anti-latifundiário e anti-imperialista, que foi responsável por importantes transformações no México, apesar da supremacia da burguesia sobre as instituições do Estado.  

A principal base de apoio da ditadura foi a camada latifundiária; estes os grandes beneficiários da política do governo, que eliminou o ejido ( terras comunitárias de origem indígena ) possibilitando maior concentração fundiária e a formação de grande contingente de camponeses superexplorados.  

O último pilar de sustentação do governo foi o capital estrangeiro, que durante a ditadura passou a controlar a exploração mineral, petrolífera, as estradas de ferro, bancos, produção e distribuição de energia elétrica, grande parte das indústrias e do grande comércio

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