quais eram as oposições românticas do arcadismo?
Soluções para a tarefa
Respondido por
3
O Arcadismo surgiu em 1690, em Roma, e tinha como ideário estético o resgate da simplicidade e o equilíbrio da poética clássica greco-latina, retomada anteriormente, durante o Classicismo (século XVI), mas que perdera força durante o período barroco, marcado pelo jogo verbal rebuscado e pelo obscurantismo.
No Brasil, não foi diferente. Aqui, o Arcadismo pôde se desenvolver muito mais em Minas, graças à extração do ouro, que deu à Capitania certa riqueza e propiciou a formação de uma elite intelectual. O marco inicial dessa escola artística no Brasil é a publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768.
Pertenceram à Inconfidência Mineira três dos principais poetas árcades: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. Além deles, a escola mineira contou com Silva Alvarenga, Basílio da Gama e Frei da Santa Rita Durão.
Com este grupo, começou-se a formar uma literatura mais propriamente brasileira, mais próxima da realidade local, porém, como era próprio do ideário árcade, sem abandonar os modelos europeus, sobretudo os greco-latinos. Assim, ao lado do Ribeirão do Carmo encontram-se ninfas e faunos como se verifica na Fábula do Ribeirão do Carmo, de Cláudio Manuel da Costa. Na verdade, o poeta árcade encontra-se no limiar de duas culturas, sente-se apegado à sua terra natal, mas ainda possui muito da cultura européia.
Veja-se, a exemplo, a Lira LXII, do próprio Cláudio Manuel, de onde também extrairemos elementos característicos da poética árcade.
Torno a ver-nos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto.
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da Cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que até agora se tornava em pranto.
Se converta em afetos de alegria.
O eu-lírico, adotando a perspectiva de um pastor, contrapõe os valores da natureza aos do mundo urbano (3ª estrofe). Com isto, o poeta quer dizer que a verdade, a vida real está na natureza, e não na civilização – entenda-se aí, talvez, Europa.
No Arcadismo, o ideal da vida é esse contato com a Natureza. O nome “Arcadismo” deriva de Arcádia, região lendária da antiga Grécia habitada por pastores, de caráter rústico e símbolo da simplicidade e felicidade verdadeira; por isso, o bucolismo é o principal tema da poesia árcade.
O poema deve mimetizar a vida simples e harmônica presente in natura, portanto deve ser simples, objetivo, claro e com muito mais comparações que metáforas, próprias da arte barroca.
Outra convenção árcade é o fato de os poetas adotarem nomes de pastores em seus poemas, como pseudônimos. Assim, Cláudio Manuel da Costa era Glauceste Satúrnio; Tomás Antonio Gozaga, Dirceu; Silva Alvarenga, Alcindo Palmireno; e Basílio da Gama, Termindo Sipílio.
Muitas outras questões estão diretamente presas a essa mentalidade bucólica do Arcadismo, como a idéia desenvolvida pelo filósofo francês Jean Jacques Rousseau sobre o “bom selvagem”, teoria sobre a corrupção do homem pela sociedade. Tal tema será mais bem desenvolvido depois pelos escritores românticos como o francês René Chateaubriand e o americano Francis F. Cooper e também pelos brasileiros José de Alencar e Gonçalves Dias, que se aproveitam da imagem do “bom selvagem” para a composição da imagem do índio romântico. De qualquer modo, em 1769, o poeta árcade Basílio da Gama já elevava o ameríndio a herói contra a imposição da civilização cristã, através do seu poemeto épico O Uraguai, e Frei da Santa Rita Dirão, em Caramuru, defende a catequização indígena, como única saída de salvação para os povos americanos.
O poema de Basílio da Gama é escrito em cinco cantos, em versos brancos, decassílabos (dez sílabas poéticas) e sem rimas.
No Brasil, não foi diferente. Aqui, o Arcadismo pôde se desenvolver muito mais em Minas, graças à extração do ouro, que deu à Capitania certa riqueza e propiciou a formação de uma elite intelectual. O marco inicial dessa escola artística no Brasil é a publicação de Obras, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768.
Pertenceram à Inconfidência Mineira três dos principais poetas árcades: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. Além deles, a escola mineira contou com Silva Alvarenga, Basílio da Gama e Frei da Santa Rita Durão.
Com este grupo, começou-se a formar uma literatura mais propriamente brasileira, mais próxima da realidade local, porém, como era próprio do ideário árcade, sem abandonar os modelos europeus, sobretudo os greco-latinos. Assim, ao lado do Ribeirão do Carmo encontram-se ninfas e faunos como se verifica na Fábula do Ribeirão do Carmo, de Cláudio Manuel da Costa. Na verdade, o poeta árcade encontra-se no limiar de duas culturas, sente-se apegado à sua terra natal, mas ainda possui muito da cultura européia.
Veja-se, a exemplo, a Lira LXII, do próprio Cláudio Manuel, de onde também extrairemos elementos característicos da poética árcade.
Torno a ver-nos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto.
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da Cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que até agora se tornava em pranto.
Se converta em afetos de alegria.
O eu-lírico, adotando a perspectiva de um pastor, contrapõe os valores da natureza aos do mundo urbano (3ª estrofe). Com isto, o poeta quer dizer que a verdade, a vida real está na natureza, e não na civilização – entenda-se aí, talvez, Europa.
No Arcadismo, o ideal da vida é esse contato com a Natureza. O nome “Arcadismo” deriva de Arcádia, região lendária da antiga Grécia habitada por pastores, de caráter rústico e símbolo da simplicidade e felicidade verdadeira; por isso, o bucolismo é o principal tema da poesia árcade.
O poema deve mimetizar a vida simples e harmônica presente in natura, portanto deve ser simples, objetivo, claro e com muito mais comparações que metáforas, próprias da arte barroca.
Outra convenção árcade é o fato de os poetas adotarem nomes de pastores em seus poemas, como pseudônimos. Assim, Cláudio Manuel da Costa era Glauceste Satúrnio; Tomás Antonio Gozaga, Dirceu; Silva Alvarenga, Alcindo Palmireno; e Basílio da Gama, Termindo Sipílio.
Muitas outras questões estão diretamente presas a essa mentalidade bucólica do Arcadismo, como a idéia desenvolvida pelo filósofo francês Jean Jacques Rousseau sobre o “bom selvagem”, teoria sobre a corrupção do homem pela sociedade. Tal tema será mais bem desenvolvido depois pelos escritores românticos como o francês René Chateaubriand e o americano Francis F. Cooper e também pelos brasileiros José de Alencar e Gonçalves Dias, que se aproveitam da imagem do “bom selvagem” para a composição da imagem do índio romântico. De qualquer modo, em 1769, o poeta árcade Basílio da Gama já elevava o ameríndio a herói contra a imposição da civilização cristã, através do seu poemeto épico O Uraguai, e Frei da Santa Rita Dirão, em Caramuru, defende a catequização indígena, como única saída de salvação para os povos americanos.
O poema de Basílio da Gama é escrito em cinco cantos, em versos brancos, decassílabos (dez sílabas poéticas) e sem rimas.
Perguntas interessantes