História, perguntado por Bervalie, 4 meses atrás

quais eram as crenças e mitos que existiam no século xv em relação aos oceanos?​

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Respondido por ruanpresisa
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Explicação:

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os

europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano

era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza

do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As

informações que eles tinham haviam sido retiradas, em sua maioria, de livros de outros

navegadores, como por exemplo Nicollo Matteo, Marco Pólo,1

etc. Mas tais

informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes

viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre

viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam

seus pensamentos.

Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição

grega: Ctésias de Cnido em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças

fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos,

sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, etc; Plínio, em 77 depois de Cristo,

também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como

seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os

dois sexos), etc.

E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral,

mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o

fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés

virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que

comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio

da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por

regiões desconhecidas.

Nessa imagem estão retratados alguns monstros que os

europeus (sobretudo os portugueses e espanhóis)

acreditavam existir. Até os séculos XV e XVI, quando

ocorreram as grandes viagens marítimas, acreditava-se

que esses monstros habitavam a região das Índias.

Porém, a medida que os navegadores foram chegando a

tais regiões e desmistificando-as, passaram a acreditar

que as criaturas monstruosas estavam em outras terras

que ainda eram desconhecidas. Dessa forma o oceano

Atlântico e o “Novo Mundo”, ou o Continente Americano,

passaram a ser o reduto onde habitavam esses

monstros.2

1 Marco Pólo, filho de um experiente navegador, partiu para o Oriente, em sua primeira grande viagem pelo mar, em

1271. Por esta ocasião ele tinha apenas dezessete anos. Passou por várias regiões orientais como Pequim,

Cambodja e Tonkin, Bagdad, etc, e chegou em Veneza, de onde havia partido em viagem, no ano de 1295. Numa

guerra entre venezianos e genoveses, Marco Pólo preparou um grupo e entrou no combate. Após ser aprisionado e

levado para Gênova, conseguiu que suas aventuras e peregrinações fossem escritas e publicadas em um livro. O

livro obteve bastante sucesso e deixou marcas profundas na história e cartografia do extremo Oriente.

2 Esta imagem foi retirada do livro de PRIORE, Mary del. Monstros e maravilhas no Brasil Colonial. In: Esquecidos

por Deus. Monstros no mundo europeu e ibero-americano (séculos XVI-XVIII). São Paulo: Companhia das Letras,

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