Geografia, perguntado por lari856, 1 ano atrás

quais as transformações espaciais causadas pela construção de Brasília (1956-1960)?​

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Respondido por rikardosanthos
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Explicação:

Embora celebrado do ponto de vista patrimonial, Brasília teve um custo bastante alto no que diz respeito ao meio ambiente.

Por Gil Karlos Ferri

No dia 2 de outubro de 1956, quando Brasília ainda não passava de uma ambiciosa maquete, o então presidente da República, Juscelino Kubistchek de Oliveira (1902-1976), fez um conhecido discurso público no qual sublinhou: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta Alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.”1

Do momento da fala de JK em diante, a paisagem do Planalto Central do Brasil passaria realmente por grandes transformações. A cidade cresceu em tamanho, forjou identidade, sotaque e cultura próprias. Foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Essa transformação radical, no entanto, não aconteceu sem ônus. A Brasília que conhecemos atualmente – uma capital com mais de 3 milhões de habitantes –  também se deu às custas do meio ambiente, particularmente de seu bioma, o Cerrado.

O presente artigo tem o objetivo de discutir os impactos ecológicos proporcionados pela construção e pela expansão de Brasília. Toda narrativa histórica é resultado do seu tempo, pois é sempre apresentada através das observações e de métodos construídos no presente. Desta forma, em um mundo cada vez mais desafiado por questões ecológicas, o meio ambiente tornou-se uma dimensão fundamental do pensamento histórico.

Brasília: a disputa pelo cerrado

Desde seu planejamento inicia; até hoje, a cidade de Brasília foi idealizada e disputada por visões ora confiantes, ora conflitantes. Confiantes como os ideais de progresso e desenvolvimento da nação, em voga no período de seu planejamento; conflitantes, por outro lado, como os impactos econômicos e ambientais causados por sua construção. Foi neste clima de disputas, entre 1956 e 1960, que o governo de Juscelino Kubitschek impulsionou, nas palavras de Claiton Marcio da Silva e José Carlos Radin, “a longa marcha do desmatamento civilizador rumo ao Cerrado”, o bioma do Planalto Central do Brasil.2 Do sonho à realidade, Brasília custou caro. Ou, melhor dizendo: dos traços de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer ao trabalho dos candangos, Brasília consumiu madeira.



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