Quais as táticas totalitarias para dominação ideologia do povo ?
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Resposta:
"Todos os regimes totalitários surgiram em uma época de crise europeia, deixada principalmente pela Primeira Guerra Mundial e por políticas econômicas ineficazes. A crise levou a uma caótica situação de alta inflação, miséria, fome, desemprego e falta de assistência básica à população.
Os regimes políticos totalitários apareceram naquele cenário caótico como possíveis soluções para os problemas da população e, por isso, ganharam apoio popular. Podemos associar, então, a origem do totalitarismo ao ódio a alguma categoria social, justificada pelo medo e pelo terror imputados na população."
Podemos elencar alguns elementos em comum que delineiam o conceito de totalitarismo, tanto no exemplo de regime totalitário de extrema-esquerda (União Soviética) quanto nos regimes totalitários de extrema-direita (Alemanha e Itália). Esses elementos são:
Cenário caótico da crise: A Alemanha, no momento de ascensão do partido nazista, passava por crise financeira e institucional deixada pela Primeira Guerra Mundial, o que resultou na fome e no desemprego. Hitler e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães surgiram como uma esperança de recuperação. No início, Hitler recebeu forte apoio popular. Não foi diferente na Rússia, que também foi devastada pela Primeira Guerra e por anos de monarquia czarista. Em 1917, quando estourou a Revolução Russa, os líderes do movimento (Lenin tornou-se o mais importante líder do processo revolucionário) prometeram eliminar as mazelas enfrentadas pelo país. Com a saída de Lenin do poder, Stalin, o sucessor, impôs um regime totalitário de esquerda, que tinha como principal inimigo os anticomunistas.
Identificação de um inimigo em comum: em todos os regimes totalitários, podemos encontrar a identificação de inimigos potenciais em comum, que, em geral, são grupos que não partilham do interesse do regime ou que são escolhidos para servirem de alvo da indignação popular. Tendo um alvo em comum, é mais fácil manter o povo unido em prol de um objetivo final. No caso do stalinismo, o inimigo era o burguês; para os nazistas, o inimigo central era o povo judeu, além de ciganos, comunistas e homossexuais; para os fascistas, os inimigos eram os estrangeiros, os antinacionalistas e os críticos do Estado forte, como os anarquistas.
Controle total da vida da população: é característica comum dos regimes totalitários o controle da vida da população, tanto no âmbito público quanto no âmbito privado. Essa característica difere o totalitarismo das ditaduras, pois ela confere ao Estado plenos poderes de decidir arbitrariamente sobre tudo aquilo que a população pode ou não acessar, em todos os aspectos de sua vida. Isso faz com que o Estado seja excessivamente inflado, estabelecendo um elo entre totalitarismo e autoritarismo, o que pode causar confusão entre o totalitarismo e o comunismo. Apesar de haver o registro de um regime totalitário de esquerda (o stalinismo), não se pode dizer que os regimes totalitários sejam, essencialmente, de esquerda ou que o comunismo seja uma proposta totalitária.
Centralização do poder: para se sustentarem, os regimes totalitários centralizaram o poder nas mãos de um líder ou de um grupo político, o que levou ao culto à personalidade e, como estratégia, os grupos ou líderes propagaram o nacionalismo e o patriotismo como elementos essenciais para o crescimento da nação. Há também o unipartidarismo.
Propaganda: todos os regimes totalitários investiram fortemente em publicidade para propagarem os ideais totalitários e manterem o domínio ideológico sobre o povo. A ideia era manter o apoio popular, mesmo em momentos de crise. A propaganda nazista, stalinista e fascista foram extremamente fortes, sempre apresentando o líder e o Estado como os salvadores da pátria contra os inimigos. Qualquer indício de pensamento liberal ou antinacionalista (como a defesa da cultura e da economia globalista) era combatido com a incisiva propaganda, que dominava todos os meios de comunicação, afinal, todos os meios de comunicação foram estatizados. As rádios, o cinema, os jornais, tudo que fosse meio de disseminação cultural deveria passar pelo crivo do Estado. Para controle efetivo dos meios de comunicação e garantia da propaganda, os líderes totalitários criaram ministérios e secretarias para regulamentação midiática.
Medo, terror e policiamento: há um constante policiamento da população, justificado pelo medo do governante de seus governados e vice-versa. O terror é espalhado como sendo um elemento real, o que causa medo nas pessoas, que se permitem serem governadas totalitariamente.
Eliminação das singularidades: o Estado totalitário elimina as diferenças existentes entre as pessoas, criando um corpo total igual, ao implantar as mesmas ideias nas pessoas por meio da propaganda, impor os mesmos produtos para o consumo e controlar as suas vidas privadas."