História, perguntado por luliataylimeupersona, 9 meses atrás

quais as principais funções das mulheres quilombolas durante o período da escravidão

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Respondido por Lauramoraes2000
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Resposta:

série Mulheres Negras: do centro à periferia, é uma parceria entre o Centro Sabiá e o Terral Coletivo de Comunicação Popular, como forma de marcar o mês da Consciência Negra. Todos os textos que integram a série são escritos por jornalistas negras do Terral e tem como entrevistadas mulheres negras. O BdF PE publicou a segunda matéria trata de mulheres e quilombos, na perspectiva histórica, mas também na contemporaneidade.

“Nas formas de organização de resistências, as mulheres tiveram participação efetiva nos quilombos, mas por conta dos processos mais globais que vivemos de invisibilidade das mulheres, até quando começamos a contar a história, o patriarcado só honra a existência e história dos homens. Mas o que eu vejo é que é impossível afirmar que as mulheres ficaram em uma posição secundária nesse processo, porque elas também estavam submetidas ao sistema escravocrata e estavam na resistência”, explica Cecilia Godoi, integrante do coletivo Cabelaço e mestra em Educação, Culturas e Identidades pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Falar de quilombos é falar de resistência e por isso é importante marcar o papel das mulheres nesse processo que é histórico, mas também contemporâneo. Historicamente, esses territórios não eram espaços que tinham apenas referências masculinas em sua organização política, econômica e social. As mulheres sempre foram muito importantes para sua estruturação, desenvolvimento e luta. “Os quilombos eram uma forma de organização que já existiam em África, em que se fazia resistência ao sistema colonial que estava se alastrando por lá e que estava transmigrando as pessoas. Essa é a primeira base para a gente poder pensar qual a potência do quilombo”, explica a cientista social, cuja própria origem familiar está ligada às comunidades de Feijão e Queimadas, em Mirandiba (PE).

Logo, quilombos não eram esconderijos de escravos. “É essa percepção que se construiu de que os quilombos eram como um campo de refugiados, com pessoas desnorteadas e perdidas que foram para algum lugar e ficaram no meio da mata sem saber o que fazer e para onde ir”, pontua Cecilia, que também resgata esses espaços como uma das formas de organização do povo negro no Brasil. “Assim como os portugueses chegaram aqui e construíram um sistema de sociedade colonial com base na colonização e escravidão, quando os africanos chegam aqui, começam naturalmente com o processo de se estabelecer socialmente e a instaurar um tipo de organização e sociedade a partir da ideia que se tinham de África”, afirma.

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