Quais as principais estéticas da arte?
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Resposta:
Ainda que, hoje, o termo “estética” seja em geral aplicado para designar a sub-área da filosofia que se dedica ao estudo do fenômeno artístico e à formulação de uma teoria geral das artes, a Estética, em sentido estrito, é uma disciplina que nasceu no século 18, intimamente associada ao surgimento da concepção de indivíduo moderno. Seu campo de investigação constituiu-se a partir da consciência que se desenvolveu naquele período a respeito da posição singular ocupada por cada sujeito em relação ao mundo e, portanto, da necessidade de conhecer os caminhos que levariam da percepção individual e singular sobre o mundo sensível (seu aspecto harmonioso ou dissonante, por exemplo) à construção de conceitos universais, tais como os de belo, sublime, grotesco, entre outros, que formariam a base para um julgamento seguro sobre a arte. Nesse sentido, podemos dizer que a fundação da Estética, no século 18, significou uma virada da teoria da arte, do campo da investigação sobre a relação da obra com seu modelo, isto é, do campo da teoria da mímesis, para o campo da recepção da obra pelo espectador.
Aqui analisarei as mudanças que a virada em direção às teorias da recepção, ocorrida no século 18, provocou no campo das artes visuais, tentando mostrar como ela contribuiu para a desconstrução do edifício conceitual que sustentava a produção artística, desde o Renascimento, abrindo caminho para os desenvolvimentos ocorridos no campo das artes plásticas nos séculos seguintes. Em seguida, farei algumas observações sobre a relação entre Estética, Crítica de Arte e História da Arte, do século 19 à contemporaneidade.
A Teoria da Arte, tal como ela foi pensada desde o Renascimento, nasceu a partir da herança da retórica clássica. Seus principais pilares de sustentação eram: 1) a idéia de mímesis, ou o princípio de que as artes visavam à imitação do mundo natural; 2) a pressuposição de uma traduzibilidade entre as diferentes artes e 3) a exigência de idealização, o que de certa forma reorientava o preceito da mimesis em direção à imitação, não da natureza sensível, mas do seu ideal. Decorria daí uma hierarquia de gêneros, que situava a obra histórica como o mais elevado gênero da arte e uma prevalência do desenho (associado à razão) em oposição à cor (associada aos sentimentos). No século 17, momento de consolidação desse edifício teórico no contexto de fundação da Academia Francesa, o artista Nicolas Poussin tornou-se o grande modelo para a arte.