Quais as principais diferenças da vida em Hong Kong e na China?
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Explicação:
Um país, dois sistemas: Diferenças entre China e Hong Kong
Se você já visitou Hong Kong (香港) e a China, ou já conhece um pouco sobre os dois, certamente já percebeu que parecem mundos diferentes, apesar de estarem muito próximos. Diferente sistema político, idioma, moeda, estilo de vida e cultura bastante diversa da continental costumam causar dúvidas sobre a relação de Hong Kong com a China. Mas afinal, Hong Kong é ou não parte da China? É uma cidade ou um país? Qual é a verdadeira relação entre os dois? Hoje, falaremos um pouco sobre a história de Hong Kong e apresentaremos as principais diferenças em relação ao resto da China para que você possa compreender, de uma vez por todas, como funciona uma das regiões mais famosas da Ásia!
Cultura e Estilo de vida

Depois de quase dois séculos separados, é natural que Hong Kong e o resto da China não sejam uniformes linguística, social e culturalmente. Na realidade, poderiam ser – e muitas vezes são – facilmente confundidos com dois países completamente diferentes.
Os contrastes começam pelo idioma: na China, embora existam diversos dialetos regionais, a língua oficial é o Mandarim e os documentos oficiais utilizam o chinês simplificado. Já em Hong Kong, o Inglês (herança da colonização britânica) e o Cantonês (falado também na província de Guangdong) são os idiomas oficiais, e todos os documentos oficiais, avisos, sinais de tráfico, entre outros, são obrigatoriamente bilíngues. A escrita chinesa em Hong Kong utiliza os caracteres tradicionais, divergindo também da China.
Por cultivarem hábitos e estilos de vida bastante diferentes, os habitantes de Hong Kong e da China continental – chamamos assim o território chinês além das Regiões Administrativas Especiais – também demonstram certo estranhamento entre si e, por vezes, uma postura preconceituosa. Em vários episódios famosos, os hongkongneses mostraram sua insatisfação com a presença de chineses continentais na cidade, principalmente pelo impacto que os visitantes causam, segundo um jornal local, “lotando desde maternidades a boutiques e inflando os preços do mercado imobiliário”. Já entre os chineses continentais, a sua opinião sobre os vizinhos de Hong Kong varia entre a admiração e o desprezo, chamando-os até mesmo de “puxas-saco imperialistas”.
Economia
Hong Kong conta com a sua própria moeda, o dólar de Hong Kong, emitido em conjunto pelos bancos HSBC, Standard Chartered e Banco da China, e mantém uma paridade fixa com o dólar dos Estados Unidos. O sistema “capitalista” da cidade também está assegurado na Lei Básica e não pode sofrer intervenção do governo central chinês.
Já na China continental, a moeda utilizada é o Renminbi (Moeda do Povo), que é emitida pelo Banco do Povo da China. A sua cotação em relação ao dólar de Hong Kong aumentou consideravelmente nos últimos anos (a relação entre as moedas de 1 para 1,2 se inverteu).
O chamado “milagre econômico chinês” está, ao menos em parte, relacionado à influência de Hong Kong. Além da presença do seu livre-mercado ter sido uma grande influência para as reformas econômicas no final dos anos 1970 e 1980, o empreendedorismo, energia e investimentos de Hong Kong beneficiaram o resto da China de incontáveis maneiras.
No entanto, conforme cresce a influência econômica chinesa, cresce também a dependência de Hong Kong desta: a cidade funciona como um centro de logística e a “entrada para a China” para o resto do mundo e depende muito da reexportação de mercadorias produzidas na China, e o turismo interno e a demanda de varejo da China continental também são ganchos importantes para a economia hongkongnesa. Também há o agravante de a China promover algumas das suas cidades como concorrentes de Hong Kong, como Shanghai, como um centro financeiro e de livre-mercado na China continental.
Passaporte
O passaporte utilizado pelos habitantes das duas regiões não é o mesmo. O passaporte do Território Administrativo Especial de Hong Kong, de capa azul, é emitido pelo Departamento de Imigração de Hong Kong desde 1997 e tem visto livre em vários países, inclusive os que seguem o Acordo de Schengen. Já o da República Popular da China, emitido pela Chancelaria da China, de capa vermelha, exige visto para entrar na Zona Schengen e em quase todos os países ocidentais.
Custo de vida
O custo para viver nas duas regiões também é bastante distinto. Em Hong Kong, o custo de vida é geralmente mais alto, mas os artigos de luxo podem ser mais baratos – uma garrafa de água mineral custa aproximadamente 3 reais; um iPhone 5S (32GB), 1.600 reais. Na China, os produtos de marcas estrangeiras ou importados são geralmente 20% mais caros que em Hong Kong – uma garrafa de água custa cerca de R$1,2 em cidades como Pequim; o mesmo iPhone 5S custa 1.944 reais.