quais as principais características do estilo de Arte conhecido como cubismo?
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Principais Características do Cubismo
Com o cubismo teremos um tratamento geométrico das formas da natureza.
Assim, elas passam a ser representadas pelos objetos em todos os seus ângulos no mesmo plano, constituindo uma figura em três dimensões.
Predominam as linhas retas, modeladas basicamente por cubos e cilindros, dada a geometrização das formas e volumes.
Essa técnica que renuncia à perspectiva, assim como ao "claro-escuro", causa uma sensação de pintura escultórica.
No plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia o exercício mental como maneira de expressão das ideias.
Ao romper com a perspectiva consagrada das linhas de contorno, a natureza passa a ser retratada simplificadamente.
Isso permite maior abstração sobre os atributos estéticos da obra, ao mesmo tempo em que recusa a ideia de arte enquanto pura imitação da natureza. Sobre isso, Georges Braque afirmou:
Não se imita aquilo que se quer criar.
Vale citar que este estilo abandona distinções entre forma e fundo ou qualquer noção de profundidade.
Os temas como naturezas mortas urbanas e retratos são utilizados pelos pintores cubistas como recursos para experimentar e criar baseados nas particularidades dessa vertente.
Veja também: Arte Moderna
Fases do Cubismo
O cubismo é dividido em três fases:
Fase Cezannista ou Cezaniana (1907 a 1909)
Autorretrato Picasso - 1907
Autorretrato (1907) de Pablo Picasso
Também chamada de fase pré-analítica, o nome já indica que esse período foi caracterizado pela influência dos trabalhos do artista plástico francês Paul Cézanne.
Nessa fase, os artistas começaram suas experiências com as simplificações das formas e mais tarde passaram a representar as figuras dispostas em um mesmo plano.
Era como se estivessem abertas na tela, vistas de frente pelo público.
Veja também: 8 obras importantes do cubismo
Fase Analítica ou Hermética (1909 a 1912)
cubismo analítico
À esquerda, O poeta (1911), de Picasso. À direita, Violino e Castiçal (1910), de Braque.
A fase analítica caracterizou-se pela cor moderada, acentuando-se tons de marrons, pretos, cinzas e ocres. Tal escolha das cores se deu pois o mais importante era a exibição do tema fragmentado, disposto em todos os ângulos possíveis.
Esse esfacelamento das formas chegou a níveis tão elevados que, ao final, as figuras acabaram por se tornarem irreconhecíveis.
Fase do Cubismo Sintético (1911)
cubismo sintético
À esquerda, Homem no Café (1914), de Juan Gris. À direita, Mulher com Violão (1908), de Braque
O cubismo sintético caracterizou-se pelas cores mais fortes e um retorno ao figurativo, na medida em que buscou tornar as figuras reconhecíveis novamente, mas sem voltar a um tratamento realista.
Nessa fase, passa-se a empreender o método de colagem, fixando objetos reais na tela, como pedaços de madeira, vidro e metal.
Além disso, introduziram recortes de jornais com palavras e números. Esses recursos eram utilizados a fim de extrapolar os limites das sensações visuais que a pintura insinua, explorando os sentidos do tato também.
Cubismo e Ciência
No início do século XX houve uma admirável convergência de saberes e interesses de vários campos do conhecimento.
Nesse momento, a arte irá se colocar, especialmente com o cubismo, em sintonia com investigações científicas de ponta que ocorriam na física e na geometria.
Quando o cubismo rompeu com séculos de prioridade do uso da perspectiva na representação pictórica, acabou por conduzir às noções geométricas de hiper poliedros e multidimensionalidade.
Isso permitiu aos artistas cubistas a formulação de um conceito espacial até então inédito, a saber, a "quarta dimensão". Nela, as propriedades espaço-temporais estão em afinidade com a "Teoria da Relatividade" (1905) de Einstein.
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Cubismo no Brasil
cubismo no brasil
À esquerda, São Paulo (1924), de Tarsila do Amaral. À direita, Pietà (1966), de Rego Monteiro
No Brasil, somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 é que o movimento cubista irá ganhar força.
Ainda que os artistas brasileiros não tenham se entregado às características exclusivamente cubistas, é possível perceber influências claras dessa vertente.
A artista Tarsila do Amaral foi umas personalidades que utilizou características cubistas em suas telas. Nelas, notamos a influência dessa vanguarda europeia pelo uso das formas geométricas.
Ainda nas artes plásticas, vale ressaltar os trabalhos de outros artistas brasileiros: Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.
Já a literatura cubista no Brasil teve como destaque as obras dos escritores: Oswald de Andrade, Raul Boop e Érico Veríssimo. Note que a literatura cubista teve como foco a "destruição da sintaxe", pondo fim à linearidade.
O cubismo recusa a ideia de arte como imitação da natureza, apresentando cubos, volumes e planos geométricos entrecortados que reconstroem formas que se apresentam em vários ângulos no mesmo plano. Sem nenhum compromisso com a aparência real das coisas, o movimento artístico em questão visava promover a decomposição, a fragmentação e a geometrização das formas. Na literatura, a linguagem era usada para retratar as palavras de forma simultânea, buscando formar uma imagem. No ano de 1908, formou-se em Montmartre, nos arredores de Paris, o grupo do “Bateau-Lavoir”, que compreendia nomes como Pablo Picasso, Max Jacob, Juan Gris, Guillaume Apollinaire, André Salmon, Maurice Raynal, Gertrude Stein, Leo Stein, entre outros. Durante o desenvolvimento do Cubismo é possível distinguir três fases, a saber: a fase cézanniana (1907-1909), uma fase analítica (1910-1912) e uma fase sintética (1913-1914).