Quais as duas explicações que poderiam ser dadas para o terremoto no século XVIII
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Poucos dias após o terramoto de 1 de Novembro de 1755 decidiu o ministro de D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, enviar a todos os párocos do reino um questionário de treze perguntas relativas ao sismo pedindo, com brevidade, as respectivas respostas por escrito. Pretendia-se saber o que se tinha passado em cada paróquia do país naquele dia fatídico, condição necessária para se avaliar a extensão e os efeitos do cataclismo. Perguntava-se a que horas se tinha dado o abalo, que tempo durara, em que direcção se manifestara, quantas casas se tinham arruinado, quantas pessoas tinham morrido, que se notara no mar, nas fontes e nos rios, se a terra se tinha fendido, que providências tinham sido dadas, que repetições de abalos se teriam verificado, etc., etc., um inquérito completo que poderia vir a tornar-se, nas mãos dos estudiosos, um elemento do mais alto valor. Do imenso acervo documental que teria sido o conjunto das respostas recolhidas, vindas de todas as paróquias do país, pouco chegou até nós, e esse pouco só foi estudado, pela primeira vez, já no nosso século, pelo geólogo Francisco Luís Pereira de Sousa que apresentou as conclusões a que chegara, num trabalho publicado em 1914, intitulado Ideia geral dos effeitos do megasismo de 1755 em Portugal 19 .
Pereira de Sousa obteve uma ideia global dos efeitos do megasismo de 1755 não só recolhendo e analisando os dados disponíveis referentes a Portugal Continental como também a Espanha e a Marrocos, lugares onde o terramoto apresentou maior violência, chegando à fixação mais provável da zona epicentral que considerou ter sido «pouco mais ou menos no meio da distância entre o cabo de S. Vicente [no Algarve], e Rabat [no norte de África]». Para Pereira de Sousa «o terremoto de 1755 foi ainda o despertar d'esses movimentos verticaes que originaram o afundimento lusitano-hispano--marroquino e, talvez, os últimos arrancos d'uma parte da Atlantida, já então sepultada nas entranhas do mar». O autor considera este afundimento «como estendendo-se ao S. até o archipelago das Canárias e a O. até o archipelago da Madeira». As hipóteses de o epicentro do megasismo de 1755 se ter situado a sudoeste ou a oeste de Lisboa, e próximo dela, como se supusera, ficaram assim postas de parte 20.
O terramoto de 1755 deu origem a grande número de escritos que imediatamente vieram a público e em que os seus autores procuraram interpretar as causas do acontecimento. É interessante notar-se que tendo a cidade de Lisboa ficado praticamente destruída, logo as tipografias surgiram do caos para se entregarem à composição e à impressão dos textos que lhes eram apresentados para o efeito. Não é uma só mas diversas oficinas tipográficas lisboetas que recomeçam de imediato o seu labor tão tragicamente interrompido, o que se explica pelo hábil aproveitamento de uma oportunidade excepcional de comerciar colocando nas mãos do público, fortemente sensibilizado, notícias do terramoto. Poderíamos citar cerca de quatro dezenas de trabalhos escritos sobre o sismo, publicados em 1756. O interesse público por tais trabalhos prolongou-se até ao fim da década dos anos sessenta.
Pereira de Sousa obteve uma ideia global dos efeitos do megasismo de 1755 não só recolhendo e analisando os dados disponíveis referentes a Portugal Continental como também a Espanha e a Marrocos, lugares onde o terramoto apresentou maior violência, chegando à fixação mais provável da zona epicentral que considerou ter sido «pouco mais ou menos no meio da distância entre o cabo de S. Vicente [no Algarve], e Rabat [no norte de África]». Para Pereira de Sousa «o terremoto de 1755 foi ainda o despertar d'esses movimentos verticaes que originaram o afundimento lusitano-hispano--marroquino e, talvez, os últimos arrancos d'uma parte da Atlantida, já então sepultada nas entranhas do mar». O autor considera este afundimento «como estendendo-se ao S. até o archipelago das Canárias e a O. até o archipelago da Madeira». As hipóteses de o epicentro do megasismo de 1755 se ter situado a sudoeste ou a oeste de Lisboa, e próximo dela, como se supusera, ficaram assim postas de parte 20.
O terramoto de 1755 deu origem a grande número de escritos que imediatamente vieram a público e em que os seus autores procuraram interpretar as causas do acontecimento. É interessante notar-se que tendo a cidade de Lisboa ficado praticamente destruída, logo as tipografias surgiram do caos para se entregarem à composição e à impressão dos textos que lhes eram apresentados para o efeito. Não é uma só mas diversas oficinas tipográficas lisboetas que recomeçam de imediato o seu labor tão tragicamente interrompido, o que se explica pelo hábil aproveitamento de uma oportunidade excepcional de comerciar colocando nas mãos do público, fortemente sensibilizado, notícias do terramoto. Poderíamos citar cerca de quatro dezenas de trabalhos escritos sobre o sismo, publicados em 1756. O interesse público por tais trabalhos prolongou-se até ao fim da década dos anos sessenta.
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