Filosofia, perguntado por fabiola2985, 10 meses atrás

quais as diferenças entre o racismo no Brasil e nos Estados unidos

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Respondido por wendeljuanbenemann
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Em nenhum ponto o Brasil é mais distinto dos EUA, do que nas questões referentes a raças. A começar pela própria definição das raças. Nos EUA, a divisão entre brancos e pretos é nitidamente delineada, sendo os mestiços classificados entre os pretos (e há relativamente poucos mestiços). A diferença entre os níveis de renda de cada raça é flagrante. Desta forma, há uma relação evidente entre a cor da pele e a carência econômica que justifica o recebimento do benefício. Esta mesma relação, no Brasil, é muito mais fluida e questionável. Aqui as raças estão misturadas, há poucos brancos e pretos puros, e uma multidão de mestiços. Há poucos pretos ricos, mas em contrapartida, há muitos brancos pobres. Se a lei das cotas fizer sucesso, o que se verá a longo prazo é uma multidão de estudantes invocando algum remoto ancestral e declarando-se "pretos" na hora da prova. O benefício, neste caso, se extinguirá, pois o que é privilégio de todos, na verdade não é privilégio algum.  

Aproveitando o gancho, disponho-me a fazer uma breve análise histórica e sociológica para explicar o porquê da evolução divergente do racismo nos EUA e no Brasil, países que tem em comum o passado escravocrata. Este é um tema sobre o qual muito já se falou e pouco se explicou. Mas acredito que a pista se encontra na observação, poucas vezes enfatizada, de que nos EUA, antigamente, existiam dois tipos distintos de racismo: o racismo dos ricos e o racismo das classes trabalhadoras.  

O primeiro deles pode ser encontrado nos textos de refinados intelectuais e nos discursos dos políticos aristocratas. A discussão é mais subjetiva, especulava-se se os africanos pertenciam de fato à espécie humana, se a capacidade de aprendizado destes seria igual à do homem branco, ou se eles, na verdade, seriam um estágio de humanidade intermediário entre o homem caucasiano e o macaco. Volta e meia teciam projetos tresloucados de mandar todos os negros de volta para a África, ou de dar-lhes terras ali mesmo no continente americano, bem longe das áreas povoadas pelos brancos. De modo geral, estes homens não gostavam dos negros e desejavam que eles não estivessem ali, mas também não tinham propósitos hostis contra estes. Um bom exemplo desta corrente de pensamento foi dado por Benjamin Franklin:  

"...e visto que, por assim dizer, estamos limpando nosso planeta, livrando de florestas a América e, com isso, fazendo com que esse lado do globo reflita uma luz mais brilhante para quem o contempla de Marte ou Vênus, por que deveríamos... escurecer seu povo? Por que incrementar o número dos Filhos da África transportando-os para a América, onde nos é oferecida uma oportunidade tão boa de excluir todos os negros e escuros, e de favorecer a multiplicação dos formosos brancos e vermelhos?"

Respondido por baekhuynwx
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O racismo no Brasil está ligado diretamente a cor da pele, ou seja, pessoas escuras não recebe os mesmos privilégios dos de pele mais clara.
Já nos Estados Unidos, o racismo vai mais além, lá o preconceito é definido pela sua nação e parentesco. Por exemplo, posso até ter a pele clara, mas se meu pai for negro, eu também sou negro, então também sofreria racismo.
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