quais as consequências da imigração ilegal para europa?
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Dos 1,5 milhão de refugiados que chegaram à UE no ano passado, mais de um milhão foi parar na Alemanha, onde a atmosfera acolhedora mudou dramaticamente. A crise dos refugiados dominou as manchetes nos últimos meses, e as estimativas sugerem que chegam à UE até quatro mil pessoas por dia. Isto poderá resultar em pelo menos outro milhão de imigrantes em 2016.
Até recentemente, a política de acolhimento de refugiados da chanceler alemã, Angela Merkel, tinha respaldo popular. Os alemães acolheram os refugiados que fogem da guerra na Síria e em outras partes. Mas, as agressões sexuais contra mulheres às vésperas do Ano Novo na Alemanha, realizadas por gangues de homens, inclusive solicitantes de asilo, mudou o humor inicial.
As pesquisas mais recentes mostram que o apoio à chanceler e seu posicionamento em relação à imigração caiu drasticamente. Em dezembro mais da metade da população achava que a Alemanha seria capaz de lidar com um grande número de refugiados; esta proporção caiu agora para 36%. A Alemanha pode lidar com os custos fiscais da crise de refugiados, mas os alemães começam a duvidar se os imigrantes conseguirão se integrar à sociedade. O sistema político alemão deverá aceitar menos refugiados em 2016. Prevejo dois desdobramentos possíveis este ano.
O primeiro desdobramento é uma solução europeia para a crise dos refugiados. Políticos em toda a Europa estão lutando por uma tal abordagem, inclusive a chanceler alemã e seu ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble.
Isto consiste em três pontos. Primeiro, as fronteiras externas à Zona de Schengen da UE — a área onde é possível viajar sem passaporte — passam a ter uma gestão melhorada. Os refugiados devem ser registrados de forma apropriada na fronteira. Segundo, para reduzir o número de imigrantes não elegíveis, bem como o número de refugiados, os países vizinhos à UE precisarão colaborar, sobretudo a Turquia. Terceiro, os refugiados devem ser distribuídos por toda a UE, em vez de se concentrarem na Suíça e na Alemanha.
Os obstáculos para uma tal solução europeia são enormes. Administrar fronteiras internacionais é uma tarefa monumental. A Grécia, por onde muitos dos refugiados entram, sofre com um setor público debilitado. A Turquia é um vizinho essencial, mas o governo turco está sob crítica por suas ações contra as liberdades civis. O país já abriga mais de dois milhões de refugiados. A UE concordou em dar € 3 bilhões à Turquia para colaborar, e pretende redistribuir 160 mil refugiados em toda a UE — mas, até agora, apenas 272 pessoas foram realocadas.
Uma solução europeia seria bem mais desejável do que a alternativa, que significaria a Alemanha limitar dramaticamente o fluxo de refugiados em suas fronteiras. Isto resultaria em uma sucessão de países, entre Alemanha e Grécia, fechando suas fronteiras. Os refugiados iriam acabar concentrados na Grécia ou Turquia.
A reimplementação de controle de fronteiras em toda a UE teria graves consequências econômicas. Não apenas os 1,7 milhão de passageiros diários teriam mais dificuldade para chegar ao trabalho, mas os processos produtivos, que dependem de longas cadeias de valor e produtos intermediários chegando de todas as partes da Europa, seriam gravemente interrompidos.
Mais importante ainda seriam as consequências políticas da crise, com partidos populistas vencendo em vários países. Governos de centro em toda a Europa terão que aprender a colaborar de forma mais eficaz na crise dos refugiados para evitar divisões e
Até recentemente, a política de acolhimento de refugiados da chanceler alemã, Angela Merkel, tinha respaldo popular. Os alemães acolheram os refugiados que fogem da guerra na Síria e em outras partes. Mas, as agressões sexuais contra mulheres às vésperas do Ano Novo na Alemanha, realizadas por gangues de homens, inclusive solicitantes de asilo, mudou o humor inicial.
As pesquisas mais recentes mostram que o apoio à chanceler e seu posicionamento em relação à imigração caiu drasticamente. Em dezembro mais da metade da população achava que a Alemanha seria capaz de lidar com um grande número de refugiados; esta proporção caiu agora para 36%. A Alemanha pode lidar com os custos fiscais da crise de refugiados, mas os alemães começam a duvidar se os imigrantes conseguirão se integrar à sociedade. O sistema político alemão deverá aceitar menos refugiados em 2016. Prevejo dois desdobramentos possíveis este ano.
O primeiro desdobramento é uma solução europeia para a crise dos refugiados. Políticos em toda a Europa estão lutando por uma tal abordagem, inclusive a chanceler alemã e seu ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble.
Isto consiste em três pontos. Primeiro, as fronteiras externas à Zona de Schengen da UE — a área onde é possível viajar sem passaporte — passam a ter uma gestão melhorada. Os refugiados devem ser registrados de forma apropriada na fronteira. Segundo, para reduzir o número de imigrantes não elegíveis, bem como o número de refugiados, os países vizinhos à UE precisarão colaborar, sobretudo a Turquia. Terceiro, os refugiados devem ser distribuídos por toda a UE, em vez de se concentrarem na Suíça e na Alemanha.
Os obstáculos para uma tal solução europeia são enormes. Administrar fronteiras internacionais é uma tarefa monumental. A Grécia, por onde muitos dos refugiados entram, sofre com um setor público debilitado. A Turquia é um vizinho essencial, mas o governo turco está sob crítica por suas ações contra as liberdades civis. O país já abriga mais de dois milhões de refugiados. A UE concordou em dar € 3 bilhões à Turquia para colaborar, e pretende redistribuir 160 mil refugiados em toda a UE — mas, até agora, apenas 272 pessoas foram realocadas.
Uma solução europeia seria bem mais desejável do que a alternativa, que significaria a Alemanha limitar dramaticamente o fluxo de refugiados em suas fronteiras. Isto resultaria em uma sucessão de países, entre Alemanha e Grécia, fechando suas fronteiras. Os refugiados iriam acabar concentrados na Grécia ou Turquia.
A reimplementação de controle de fronteiras em toda a UE teria graves consequências econômicas. Não apenas os 1,7 milhão de passageiros diários teriam mais dificuldade para chegar ao trabalho, mas os processos produtivos, que dependem de longas cadeias de valor e produtos intermediários chegando de todas as partes da Europa, seriam gravemente interrompidos.
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