História, perguntado por kemilikolb2, 11 meses atrás

Pulu
2- Quais foram as consequências para negros e indígenas das políticas de
imigração iniciadas a 150 anos?​

Soluções para a tarefa

Respondido por iara8980
4

Resposta:

Explicação:

Existe certo consenso na literatura sobre o período pós-abolição no Estado de São Paulo de que os negros, sobretudo os libertos, foram afastados das atividades produtivas centrais pela competição dos imigrantes. Estes teriam monopolizado os contratos de colonato nas fazendas de café, que forneciam algumas oportunidades para acumular dinheiro e adquirir terras ou propriedades urbanas, e também teriam monopolizado os ofícios artesanais, deixando aos negros os empregos precários, mal remunerados e desprestigiados, tais como o serviço doméstico, o comércio ambulante e os serviços auxiliares nas fazendas de café, como o desmatamento ou o conserto de cercas e estradas. Nas suas explicações pelas vantagens dos imigrantes, os autores recentes geralmente se contrapõem aos argumentos mais antigos de Florestan Fernandes (1978) e outros (cf. Beiguelman, 1978:114-115; Costa, 1999:341; Durhan, 1966:28-29), que afirmam que os libertos eram mal preparados para competir com imigrantes porque a violência e a desumanização da escravidão haviam lhes deixado anômicos, sem laços familiares e comunitários fortes, sem disciplina interna e com uma tendência de identificar a liberdade com a ausência do trabalho. A literatura atual enfatiza mais a discriminação e exclusão dos libertos e outros negros. Devido aos estereótipos racistas da época, que retratavam os negros como vagabundos, traiçoeiros e alcoólatras, e os imigrantes europeus como laboriosos e sóbrios, os fazendeiros e outros empregadores, segundo estes autores, quase sempre preferiam os imigrantes aos negros (Dean, 1976:172-173; Hasenbalg, 1979:165-167; Holloway, 1980:63; Maciel, 1997; Santos, 1998; Wissenbach, 1998). George Reid Andrews (1991:81-85) apresenta uma versão mais elaborada deste argumento, afirmando que, além do evidente racismo dos fazendeiros, os imigrantes monopolizaram o colonato porque aceitavam o trabalho familiar, enquanto os negros rejeitavam o trabalho de mulheres e crianças nos cafezais, que lhes lembrava alguns dos piores aspectos da escravidão.

Este debate não diz respeito somente ao Estado de São Paulo. O fato de que São Paulo recebeu muito mais imigrantes que qualquer outro estado brasileiro significa que as consequências da imigração foram sentidas com maior força pelos negros paulistas, permitindo a investigação de tendências para a discriminação racial que possam também existir, embora de forma mais sutil ou velada, em contextos com fluxos imigratórios menores. No fim do século XIX e início do XX, São Paulo também emergiu como o estado brasileiro mais populoso, rico e poderoso, o que significava que as desigualdades e discriminações raciais desse estado repercutiam nacionalmente, por meio das oportunidades econômicas abertas ou fechadas para migrantes negros de outros estados, da influência paulista nas políticas públicas nacionais e do alcance dos produtos culturais paulistas. Finalmente, São Paulo e outras regiões do Brasil que receberam grande número de imigrantes constituem casos excepcionais na história mundial, em que imigrantes e seus descendentes rapidamente alcançaram posições econômicas melhores que a maioria da população já existente no lugar que os recebeu. Entender como isso aconteceu pode contribuir para apurar teorias sociológicas de processos migratórios e de desigualdades raciais e étnicas.

Respondido por daylladp
0

Resposta:

A escravidão no Brasil foi cruel e desumana e suas consequências, mesmo passados mais de 130 anos da abolição, ainda são perceptíveis. A pobreza, violência e a discriminação que afetam os negros no Brasil são um reflexo direto de um país que normalizou o preconceito contra esse grupo e o deixou à margem da sociedade.

Explicação:

Perguntas interessantes