(PUC MINAS, 2014, adaptada)
“Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo.
Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
O mato desconhecido é que é o anonimato?
O pequeno viaduto é um abreviaduto? [...]”
Fonte: COUTO, Mia. Perguntas à língua portuguesa. Disponível em: . Acesso: 7 mar. 2007.
Mia Couto é um importante escritor da literatura moçambicana. No trecho em análise, seus questionamentos à língua portuguesa
a) manifestam-se contra o uso português como língua oficial de Moçambique.
b) vangloria a simplicidade e a incolumidade do seu vocabulário.
c) ironizam, de modo implícito, as regras gramaticais ensinadas nas escolas.
d) buscam resgatar os valores do idioma tradicional, falado antigamente.
e) valorizam ambiguidades e jogos de palavras, produzindo efeitos de humor.
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e) valorizam ambiguidades e jogos de palavras, produzindo efeitos de humor.
sacortes:
e) valorizam ambiguidades e jogos de palavras, produzindo efeitos de humor.
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