“PT e PSDB repetem o quadro do Império, quando se dizia: nada mais parecido com um saquarema (conservador) do que um luzia (liberal) no poder. Trata-se de partidos nascidos do mundo do interesse paulista, com a tendência de liberar a economia dos constrangimentos políticos. Ambos com uma visão negativa da tradição republicana brasileira, assentada na denúncia do Estado patrimonial; ambos aderentes à teoria que considera o populismo como uma prática que mina a autenticidade da vida social.” (Folha de São Paulo, 12/03/2006) O artigo do jornal Folha de São Paulo compara o PT e o PSDB com os antigos partidos imperiais. 1- Explique no que se baseia essa comparação e identifique no texto as semelhanças entre os partidos atuais.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
10 - PSDB, Lula e o futuro do Brasil
PT e PSDB repetem o quadro do Império, quando se dizia: nada mais parecido com um saquarema (conservador) do que um luzia (liberal) no poder. Trata-se de partidos nascidos do mundo do interesse paulista, com a tendência de liberar a economia dos constrangimentos políticos. Ambos com uma visão negativa da tradição republicana brasileira, assentada na denúncia do Estado patrimonial; ambos aderentes à teoria que considera o populismo como uma prática que mina a autenticidade da vida social.
Tenho destacado essa comunhão interpretativa entre os dois, desde os anos 1980. São as torres gêmeas da ordem burguesa brasileira.
Entre Lula e o PT estabeleceu-se um cisma sem solução, que tende a agravar-se com a reeleição de Lula. Se ganhar, ele irá governar com as razões de Estado, com as cláusulas de exceção, ditadas pelo mercado, que dominam a política brasileira.
Não será uma vitória do PT nem dos movimentos sociais. O PT continuará amarrado. Em nenhum momento o presidente mobilizou os quadros do seu partido. As novidades foram esvaziadas, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A própria idéia de orçamento participativo saiu de cena. Enfim, a burocracia ganhou, mais uma vez.
Partido é como clube de futebol, metáfora na moda: pode perder de sete que não desaparece. No entanto o PT perdeu o viço -e não foi apenas pelo decurso do tempo, mas por obra da política. Esse governo não precisava ter assumido, necessariamente, o caminho que tomou.
O cenário que temos não é muito animador. Mas penso que há um horizonte mais longínquo. Vejo sinais promissores na juventude, na cultura e, especialmente, na energia da vida popular brasileira.
O brasileiro pobre não é um indiano agachado.
Contamos também com instituições bem desenhadas, como as que regulam as competições eleitorais; e com corporações sólidas, como é o caso da magistratura e do Ministério Público. A Constituição de 1988, como baliza da vida social, cada vez mais penetra na consciência das pessoas comuns.
Texto Anterior: 9 - Um outro mundo é possível?
Próximo Texto: + livros: No início do caminho
Índice