Psicologia de um vencido ( soneto ) - Augusto dos Anjos
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
1. No poema, constata-se o negativismo interior do eu lírico, que se considera “vencido” em virtude da fragilidade física do ser humano e da força implacável da morte. Podemos encontrar referência à morte em *
1 ponto
a) E há de deixar-me apenas os cabelos, / Na frialdade inorgânica da terra!
b) Sofro, desde a epigênesis da infância, / A influência má dos signos do zodíaco.
c) Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia / Que se escapa da boca de um cardíaco.
d) Eu, filho do carbono e do amoníaco, / Monstro de escuridão e rutilância,
2. Uma das principais características da poesia de Augusto dos Anjos é a preferência pelos vocábulos científicos. Nos poemas é comum encontrarmos muitas figuras de linguagem. A alternativa em que aparece uma antítese é *
1 ponto
a) Profundissimamente hipocondríaco,
b) Monstro de escuridão e rutilância,
c) Que se escapa da boca de um cardíaco.
d) E há de deixar-me apenas os cabelos,
camilarafaela092:
1-C
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Resposta:
1-a)E há de deixar-me...
2-b)Monstro de escuridão e rutilância
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