Próximo Na prática Exercícios 1. O adoecimento tem representações diferenciadas para o médico, o paciente e a família. Segundo Helman (2006), há uma diferença fundamental entre a forma como médico e paciente concebem a doença. Pensando nos conceitos apontados pelo autor, é correto afirmar que: A. para o saber médico, não há diferença entre a mente e o corpo no processo de adoecimento; já para o paciente, a doença inscreve-se unicamente no corpo físico. B. o médico encara a doença como uma entidade físico-química, com causas e efeitos, observada empiricamente; para o paciente, a doença aparece como uma perturbação, com sintomas comprovados socialmente. C. para o médico, seu saber pode dar conta de qualquer doença, devido a sua ampla formação nas causas das enfermidades; já o paciente, para para ter certeza sobre sua doença, precisa confiar no especialista. D. para o saber médico, as doenças graves são um desafio a ser vencido para garantir o bem-estar biopsicossocial; para o paciente, a doença é um processo natural. E. para o médico, a apresentação da doença pode ser decodificada, sendo a única forma de entendê-la se o paciente aceitar sua doença; já na perspectiva do paciente, é muito difícil aceitar o saber médico.
Soluções para a tarefa
Resposta:
B. O médico encara a doença como uma entidade físico-química, com causas e efeitos, observada empiricamente; para o paciente, a doença aparece como uma perturbação, com sintomas comprovados socialmente.
Explicação:
O médico, de acordo com o processo de enculturação em sua formação, passa a conceber a doença como uma entidade que acomete o corpo físico e, para curá-lo, precisa conhecer as causas e os sintomas e traçar o diagnóstico e o tratamento.
O paciente costuma encarar a doença como uma perturbação, sem saber o que os sintomas significam, e costuma procurar o médico pelo reconhecimento e insistência da família e da sociedade.
O saber médico tradicional pensa o corpo e a mente em descontinuidade, e alguns pacientes podem pensar a doença restrita ao corpo físico, mas vai depender de seu embasamento cultural.
Alguns médicos podem ter uma percepção onipotente em relação a seu conhecimento e status social, fazendo com que muitos pacientes procurem pela certeza do diagnóstico de um especialista, mas essa concepção não corresponde à realidade de forma geral.
A situação das doenças graves pode, por exemplo, colocar em cheque o sentimento de onipotência do saber médico, pois ele não pode resolver o confronto com a morte, uma presença tão natural como o adoecimento.
Alguns pacientes podem ter clareza disto, mas o comum é que médicos e pacientes afastem a percepção da morte e se agarrem a crenças para enfrentá-la.
A aceitação da doença pode facilitar o trabalho do médico na questão do tratamento que ele impõe, mas não resolve todos os problemas de saúde.
Pode ser difícil para o doente aceitar o tratamento e confiar no médico se a comunicação entre ambos não se der em níveis equivalentes de variações linguísticas e compreensão de mundo.