Português, perguntado por Paulotribeck17, 6 meses atrás

PROFISSÃO DE FÉ

Mais que esse vulto extraordinário,

Que assombra a vista,

Seduz-me um leve relicário

De fino artista.

Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo

Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara

A pedra firo:

O alvo cristal, a pedra rara,

O ônix prefiro.

Por isso, corre, por servir-me,

Sobre o papel

A pena, como em prata firme

Corre o cinzel.

Corre; desenha, enfeita a imagem,

A idéia veste:

Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem

Azul-celeste
Torce, aprimora, alteia, lima

A frase; e, enfim,

No verso de ouro engasta a rima,

Como um rubim.

Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito:

E que o lavor do verso, acaso,

Por tão subtil,

Possa o lavor lembrar de um vaso

De Becerril.

E horas sem conto passo, mudo,

O olhar atento,

A trabalhar, longe de tudo

O pensamento.

Porque o escrever - tanta perícia,

Tanta requer,

Que oficio tal... nem há notícia

De outro qualquer.

Assim procedo. Minha pena

Segue esta norma,

Por te servir, Deusa serena,

Serena Forma!

Deusa! A onda vil, que se avoluma

De um torvo mar,

Deixa-a crescer; e o lodo e a espuma

Deixa-a rolar!

(Olavo Bilac)

A linguagem utilizada no poema é:

a) simples b) apurada c) informal d) subjetiva.


5– O eu lírico inveja o ourives devido:

a) a forma como ele trabalha.

b) ao material com o qual ele trabalha.

c) ao valor do produto que ele produz.

d) a beleza das peças criadas por ele.


6– Revela a perfeição formal buscada pelo poeta os versos:

a) “Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem

Azul-celeste.”

b) “Que ofício tal... nem há notícia

De outro qualquer.”

c) “Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito:”

d) “A pena, como em prata firme

Corre o cinzel."


7– O poeta parnasiano tem a concepção de arte pela arte (sem intenção de criticar ou analisar a

realidade, apenas com objetivo de contemplar o belo), distanciando-se da realidade. Percebemos

esse distanciamento nos versos:

a) “Porque o escrever – tanta perícia,

Tanta requer,”

b) “Por te servir, Deusa serena,

Serena Forma!”

c) “Por isso, corre, por servir-me,

Sobre o papel”

d) “A trabalhar, longe de tudo

O pensamento.”


8– Que verbos da sexta
estrofe exprimem o pressuposto parnasiano de que a criação literária é

fundamentalmente um trabalho perfeccionista, um debruçar-se sobre a obra em busca da

perfeição formal?


9- Explique o sentido dos seguintes versos, no qual o poeta faz uso de metáforas.


“Quero que a estrofe cristalina,

Dobrada ao jeito

Do ourives, saia da oficina

Sem um defeito:”​

Soluções para a tarefa

Respondido por mariawildcraft2
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Resposta:

qual é a matéria moçx ???


Paulotribeck17: português
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