Sociologia, perguntado por LuisFrenks, 10 meses atrás

Produza um texto sobre o seguinte tema: Democracia social no Brasil. Neste texto deverão ser trabalhadas as seguintes questões:
a)O conceito de Democracia Social de Norberto Bobbio
b)A questão da fome no Brasil
c)O acesso à educação das populações sertanejas
d)A infância dentro do contexto da miséria
e)Uma análise de democracia social no Brasil através do filme

tashagomes2006: a letra E tem q assistir a qual filme?

Soluções para a tarefa

Respondido por tashagomes2006

Resposta:

Para Norberto Bobbio, a democracia consiste em um conjunto de regras, sendo a regra da maioria somente um dos elementos utilizados para calcular os votos em uma democracia real. Dessa forma, por ser impossível instalar-se uma democracia direta nos Estados modernos, dada a complexidade social, a representatividade torna-se necessária. Ainda, afirma que a publicidade do poder é indispensável, sendo o instrumento através do qual a população fiscalizará seus representantes eleitos. Bobbio também define a democracia como as regras e procedimentos utilizados para formar as decisões coletivas e, por estado democrático, aquele que baseia-se num pacto de não-agressão entre diferentes grupos políticos, atingindo sempre a solução pacífica para conflitos que eventualmente surjam entre eles.

Em 1987, no Brasil, quase 40% da população passava fome, hoje em dia temos cerca de 32 milhões de pessoas que passem fome e mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade mínima diária de calorias. A fome no nosso país é resultado da desigualdade social, que tem como culpado inicial o governo que pouco se preocupa com os pobres, pois estão bem gastando todo o dinheiro dos impostos que pagamos, e que devia ser usado para o nosso bem. Em consequência disso temos pessoas que desperdiçam o que tem, enquanto outras passam fome e são obrigadas a comer o que acham na rua ou no lixo... Infelizmente essa é a triste realidade do nosso país e de muitos outros.

Sobre os estudos, para os pobres, numa sociedade, para que estudar? Para eles, por muito tempo na história nacional, estudar, quando muito, era a exceção e não a regra, estivessem eles na beira mar ou no Sertão; com maior dificuldade, claro, se estivessem no Sertão. Para muitas gerações de famílias pobres saber ler e escrever uma carta já era mais do que o suficiente. E para um certo grupo social, para as elites tradicionais, políticas e econômicas dominantes, salvando-se um ou outro exemplar, era importante que assim fosse e que assim permanecesse por mais tempo possível. Aliás, pensa-se que vale também para Brasil e para o território sertanejo a luz trazida pela observação sagaz de Mézáros (2012, p.

69): “Na concepção de educação há muito dominante, os governantes e os governados, assim como os educacionalmente privilegiados [...] e aqueles que têm de ser educados, aparecem em compartimentos separados, quase estanques”. Assim, mesmo que a criança do pobre e a do rico brincassem juntas na infância, separavam-se para sempre quando uma delas partia para o colégio interno. No universo social das classes, de um lado estavam e deveriam permanecer os privilegiados; do outro, estava o resto, a sobra condenada à condição de mão de obra explorável e iletrada. Por isso, é fato que a escola formal, historicamente e por longos séculos, aqui e alhures, teve sim valor menor para as camadas mais empobrecidas. Mas a essa percepção faz-se necessário acrescentar que esse pouco valor não deve, em hipótese alguma, ser imputado às camadas mais empobrecidas. É preciso dizer que assim era não por elas, e sim pelas condições sociais, políticas, econômicas e materiais a que estiveram desde sempre submetidas. Afinal de contas, ninguém pode ser pobre e iletrado apenas porque quer.

As carinhas sorridentes diante da câmera, de crianças descalças e pobremente vestidas, deveriam envergonhar-nos e não ser motivo de comentários superficiais tingidos de compaixão. Temos normalizado a miséria da infância até o extremo de usá-la em postais, como se essa injustiça fosse uma parte legítima de nosso entorno social, do mesmo modo como normalizamos a gravidez em meninas e adolescentes e a violação sexual no seio do lar, na escola ou nos âmbitos eclesiásticos.