Produção de texto
A partir da leitura do texto abaixo, elabore uma redação com 25 a 30 linhas, com o tema:
“A dificuldade da participação das mulheres nos esportes”
Preconceito, ação de desvalorizar algo ou alguém por gênero, cor, raça etc. No universo desportivo,
as mulheres vêm ganhando espaço, através da luta constante pelo respeito e admiração dos torcedores em meio ao machismo e o menosprezo da prática esportiva feminina.
Na Idade Média, as mulheres tinham como dever cuidar das tarefas de casa, mas após a Segunda
Guerra Mundial, ganharam espaço entre os homens no mercado de trabalho. No esporte não tem sido
diferente. Somente há quarenta anos, é que elas tiveram o direito de jogar futebol no Brasil, superando
um grande preconceito que se iniciara na Ditadura Militar.
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De acordo com o relatório “Movimento é vida”, a prática de exercícios físicos por mulheres é 40%
inferior aos homens no Brasil. A cultura e as grandes empresas desportivas não fazem jus ao investimento em atletas do sexo feminino visto que, as mulheres passam cerca de 20,5 horas ocupadas com
tarefas domésticas e pela falta de acesso ao lazer, o que em relação aos homens ainda é muito reduzida.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Todos os dias, mulheres no mundo todo enfrentam obstáculos pelo simples fato de serem... mulheres. No esporte, não é diferente. A prática de exercícios físicos por mulheres no país é 40% inferior aos homens, segundo o relatório “Movimento é Vida”, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – um indicativo de que o cenário esportivo ainda tem muita desigualdade de gênero. Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Esporte Espetacular ouviu algumas histórias importantes, que poderiam até ser consideradas lugar comum, mas não deveriam. Um artigo complementar do relatório do PNUD explica a menor participação feminina no esporte e as possíveis soluções para reverter esse quadro.
Mulheres falam sobre o preconceito e os obstáculos que encontram para praticar esportes
Por trás de todos os dados, números e pesquisas, temos histórias fortes, recorrentes e graves, como a de Gisele Vale, enfermeira obstetra:
- Eu já sofri um estupro na rua, isso acabou com meu psicológico. Buscar uma arte marcial me deu segurança, voltei a ter vida - desabafou.
Gisele faz parte de um grupo exclusivamente feminino reunido pela securitária e faixa preta Pricila Engelberg para encorajar mulheres que querem praticar o jiu-jitsu, mas não têm meios nem companhia do mesmo sexo.
- Eu comecei o jiu-jitsu quando ainda era muito machista, quase não tinham mulheres, quase 90% homens e duas mulheres no tatame. Tinha o preconceito de ser faixa branca, eles não queriam treinar comigo. Você tem que dar a cara à tapa, mostrar que não é a força que vai garantir a finalização, mas a técnica - contou Pricila, sobre os treinos do jiu-jitsu entre homens e mulheres.
A professora e pesquisadora da Unicamp, de Campinas, Helena Altmann é quem escreveu o artigo complementar “Atividades Físicas Esportivas e Mulheres no Brasil”. Ela lembra que na legislação brasileira, no período da ditadura militar, esportes como o jiu-jitsu já foram proibidos para mulheres.
"Art. 54. Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país" (DECRETO-LEI Nº 3.199, DE 14 DE ABRIL DE 1941)
Em 1965, o Conselho Nacional de Desportos deliberou:
2. Não é permitida a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo-aquático, pólo, rugby, hanterofilismo e baseball.
Mas a história da legislação brasileira é só um indicativo da pouca quantidade de mulheres com acesso a atividades físicas e esportivas no Brasil. Vários recortes foram feitos nas pesquisas da Organização das Nações Unidas (ONU) para mapear a prática de esporte no país. Entre eles a renda - quanto menor o recurso financeiro, maior a diferença de participação esportiva por gênero.
A cultura de não incentivar as mulheres aos esportes, principalmente coletivos, pode ser explicada inclusive pelo pouco acesso ao lazer devido às tarefas domésticas, que ocupam em média 20,5 horas semanais das mulheres, enquanto os homens gastam 10 horas por semana nas atividades de casa.
A falta de segurança, o preconceito, a falta de incentivo nas escolas, todos esses são fatores que devem ser apontados quando se constata que o esporte no Brasil não tem o mesmo acesso por meninos e meninas. O relatório do PNUD indica uma urgência em se criar políticas públicas que possam permitir maior igualdade.
- Em 2016, no município de Campinas, as pessoas matriculadas em projetos financiados com verba pública, aproximadamente 84% são meninos e os demais são meninas. A gente vê uma desigualdade de acesso grande. Seria necessário alguma política que conduzisse esse processo com inserção das meninas - disse Helena.
Enquanto o país não conta com esse apoio político no Esporte, algumas organizações não Governamentais, como o Empodera - Transformação Social pelo Esporte, do Rio de Janeiro, estimulam a prática esportiva como uma ferramenta para discussões de gênero, fortalecendo meninas e mulheres.
- Elas são agentes de transformação. A gente usa o esporte como meio de transformação da realidade - contou Jane Moura, presidente da ONG Empodera.
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas é um dos dezessete objetivos para o desenvolvimento sustentável de acordo com a cúpula das Nações Unidas. O esporte e a educação são ferramentas poderosas, mas o respeito certamente é a base de todo esse processo.
- Perguntaram na minha escola o que você quer ser no futuro. Eu queria praticar vôlei e seguir carreira. E ouvi: "mas você joga vôlei? Não sabia que mulher podia jogar vôlei". Eu parei e refleti: como assim mulher não pode jogar vôlei em pleno século XXI? Muitas vezes a gente escuta "esporte não é lugar de mulher". Esporte é lugar de mulher sim. Lugar de mulher é onde ela quiser - concluiu Sara Vieira, de 16 anos.
Explicação:
Resposta:
-As dificuldades na participação da mulher no esporte-
É fundamental pontuar, de início, que desde o nascimento há uma distinção na educação direcionada às mulheres. A criação desigual, fruto do machismo, já prepara as meninas para as atividades domésticas e para o futuro cuidado com os filhos. Já aos meninos é ensinado que ele precisa exercer atividades que demonstrem sua força e poder. Essa distinção educacional pode ser observada desde a Grécia Antiga, em que as mulheres não eram consideradas cidadãs e aos homens cabia toda a demonstração de força, por meio dos esportes. Dessa forma, ainda hoje é um tabu pouco discutido as mulheres exercerem atividades histórica e culturalmente "para homens".
Ainda é válido ressaltar que o ambiente com grande poder para alterar a realidade desigual no esporte é a escola. No entanto, o estímulo dado às possíveis atletas ainda é pequeno, quando comparado ao apoio e torcida dados aos meninos. Tal fato também é notório nos investimentos governamentais, que é muito menor para as confederações femininas. Além disso, o espaço fornecido pela mídia para os jogos e eventos femininos chega a ser irrisório em vários canais esportivos de televisão. Exemplo disso foi a Copa Mundial de Futebol Feminino que aconteceu em 2015, no Canadá, pouco divulgada nos meios de comunicação e desconhecida por grande parte da população.
Torna-se evidente, portanto, que, para a inclusão da mulher no esporte ser efetiva, é necessário o rompimento de barreiras sociais. É dever do Ministério dos Esportes aumentar os investimentos na área feminina e criar campanhas publicitárias para acabar com o tabu. Ademais, cabe às emissoras de televisão veicular mais informações sobre a mulher no esporte e valorizar as conquistas alcançadas por elas. Por fim, cabe às escolas discutir o assunto com os alunos por meio de palestras e oficinas e estimular, valorizar e apoiar a prática de esporte pelas meninas. Somente assim será possível respeitar a Constituição Brasileira e esquecer o passado de injustiças.