processo de colonização da etiopia
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Etiópia
A Etiópia não foi uma das vítimas do neocolonialismo, mas não foi por falta de tentativas. Por volta de 1880, a Itália era um dos países mais atrasados da Europa ocidental: ainda muito agrário, pobre, recém-unificado. À época, em torno de 25 milhões de italianos já haviam migrado para vários outros países (Brasil, inclusive) em busca de uma vida melhor. Para tentar compensar isso, o país também queria entrar na mais nova moda: arranjar uma colônia na África.
Começaram pela região da atual Eritreia, em cima do Chifre Africano, que foi incorporada facilmente como colônia. Mas suas ambições não paravam por aí: queriam também a Etiópia, país cristão governado por Menelik II, que dizia descender do rei Salomão e da rainha de Sabá. Menelik fez um acordo de amizade com os italianos: cedia totalmente a região da Eritreia, em troca de reconhecimento e do fornecimento de armas. Mas havia um porém no acordo: a versão em amárico (língua da Etiópia) punha à disposição dos etíopes os serviços diplomáticos da Itália. Já a versão em italiano obrigava a Etiópia a usar esses serviços – o que, a fundo, tornava o país um vassalo, pouco diferente de uma colônia.
Foi o suficiente. Menelik anunciou que o tratado não tinha valor, e a Itália concluiu que o único modo de dominar a Etiópia seria através da guerra. Cerca de 18 mil soldados italianos partiram para a batalha, esperando encontrar selvagens despreparados, fáceis de dominar. O erro custou caro: havia mais de 100 mil etíopes, 80% com armas modernas, já em posição de ataque. Foi um massacre sem precedentes: algumas horas depois, 7 mil italianos estavam mortos, 1,5 mil feridos e 3 mil capturados. A guerra acabou tão rápida quanto começou, e com ela o fantasma da colonização naquele país.Libéria
O outro país africano nunca colonizado por europeus tem uma história bastante curiosa. Isso porque foi fundado, em 1824, por escravos libertos dos EUA. Naquela época, uma organização americana chamada American Colonization Society (em tradução livre, Sociedade Americana de Colonização) havia sido criada com o propósito de levar escravos libertos e negros nascidos livres “de volta” para a África.
A ideia parece absurda, afinal, tanto os ex-escravos quanto os nascidos livres eram americanos. Mas, naquela época, o pensamento racista e escravista permitia esse tipo de conclusão. Levar a população negra para a África seria, na visão desta organização, um modo de impedir o aumento da criminalidade ou os casamentos interraciais. Hoje, essa sugestão é terrível e bizarra, mas na época foi bastante apoiada nos EUA. O projeto foi financiado através da arrecadação de dinheiro em vários estados, e recebeu o apoio até mesmo do presidente, James Monroe.
Em meados de 1821, o território da Libéria havia sido definido, e os primeiros migrantes já haviam chegado. Em 1822, foi criada a capital, Monróvia (nomeada em homenagem ao presidente Monroe). Apenas em 1824 o país foi fundado oficialmente sob seu nome, que tencionava indicar “país da liberdade”. Apesar da conexão bastante próxima com seu país de origem, os agora liberianos declararam sua independência em 1847. Mesmo assim, sua ligação próxima com os EUA manteve de fora os colonizadores europeus.
No entanto, quando a região da Libéria foi demarcada, não havia sido levado em consideração os povos que já viviam na região. A divisão forçada do território foi um dos fatores que levaram aos conflitos e guerras civis enfrentadas no país no século seguinte, gerando um país hoje muito pobre e devastado.
Resposta:
A Etiópia não foi uma das vítimas do neocolonialismo, mas não foi por falta de tentativas. Por volta de 1880, a Itália era um dos países mais atrasados da Europa ocidental: ainda muito agrário, pobre, recém-unificado. À época, em torno de 25 milhões de italianos já haviam migrado para vários outros países (Brasil, inclusive) em busca de uma vida melhor. Para tentar compensar isso, o país também queria entrar na mais nova moda: arranjar uma colônia na África.
Explicação: