procedimento de urgencia ao alcolizado
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Fatores genéticos estão relacionados ao consumo de etanol. Em decorrência das características intrínsecas dos serviços de emergência em geral, a saber, número excessivo de pacientes com diferentes níveis de gravidade, a abordagem ao paciente usuário de álcool no pronto-socorro tende a ser suficiente.
Entretanto, deve-se salientar que o atendimento de emergência a esta população não deve absolutamente ser subestimado, já que geralmente os indivíduos usuários de álcool buscam os serviços de emergência por apresentarem situações clínicas bastantes complexas concomitantes ao alcoolismo propriamente dito.
Em virtude das suas características, uma vez ingerido, o etanol é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal, também facilmente distribuído por todos os tecidos e fluidos corpóreos.
O etanol é armazenado nos diversos tecidos e fluidos numa proporção que obedeça ao conteúdo de água local. O sistema nervoso central, por ser extremamente vascularizado, apresenta concentrações teciduais muito semelhantes às plasmáticas.
Várias podem ser as manifestações neurológicas em um paciente usuário de etanol que procura serviços de emergência. Como regra geral, não se deve assumir que a diminuição de nível de consciência no paciente alcoolizado é simplesmente causada pela intoxicação alcoólica aguda.
Este paciente deve ser cuidadosamente investigado para a exclusão de traumatismo cranioencefálico, hipoglicemias, intoxicações por outras drogas ilícitas, infecções, cetoacidose alcoólica, estado pós-ictais, acidente vascular cerebral, entre outras situações.
A intoxicação alcoólica é tão comum que frequentemente se esquece que a mesma pode ser fatal. A tolerância, entretanto, faz com que a sintomatologia não tenha correlação com a concentração sérica.
Paradoxalmente, alguns indivíduos podem ter excitação intensa, delírios, alucinações e comportamento violento. Alguns têm ainda períodos de amnésia, embora permaneçam alerta.
Traumatismo craniano, com hemorragia intraparenquimatosa ou hematoma subdural, constitui o diagnóstico diferencial mais importante em paciente etilista com quadro neurológico.
O indivíduo alcoolizado está mais propenso a sofrer acidentes, com risco de hematoma extradural subdural agudo e contusão cerebral.
A hipoglicemia, muito comum no paciente etilista, é resultado da má alimentação, doença hepática, depleção de glicogênio e principalmente deficiência de niconamida-adenina-dinucleotídeo, que bloqueia a neoglicogênese.Comportamento bizarro, agitação psicomotora, sonolência, coma e convulsão podem ocorrer como manifestações da queda dos níveis plasmáticos de glicose.
O uso crônico de etanol está associado à ocorrência de doenças vasculares cerebrais, que por sua vez estão relacionadas à mortalidade elevada desta população quando comparada a indivíduos não usuários de álcool.
Pacientes com intoxicação alcoólica são mais propensos a cometer suicídio, sendo a dependência alcoólica o segundo fator de risco mais importante para tal. O alcoolismo é comumente associado a distúrbios afetivos, principalmente depressão.
A abordagem de emergência a um paciente com alteração mental inclui um acesso intravenoso, administração de glicose (25g) e tiamina (50mg). A suspeita de traumatismo craniano deve ser investigada.
As vias aéreas devem estar pérvias e a ventilação adequada, ou medidas pertinentes terão que ser adotadas. O emergencista tem que estar atento e suspeitar de hipoglicemia, infecção, hemorragia intracraniana e gastrointestinal, falência hepática e insuficiência cardíaca no paciente alcoólatra ou que tenha ingerido álcool com alteração no nível de consciência.