principal motivo para Alemanha se armar iniciar uma nova guerra
Soluções para a tarefa
A Alemanha é um dos países mais poderosos do mundo, mas aparece pouco em debates militares. Em um contexto de tensões e conflitos na Ásia e no Oriente Médio, a questão é levantada interna e internacionalmente: seria a hora de os alemães também se tornarem uma força também militar?
Werner Kraetschell, pastor protestante de uma antiga família de origem prussiana que se tornou um capelão militar, cita os milhares de alemães que cresceram depois da guerra sem ter um pai por perto, algo que moldou a percepção de muitas pessoas a respeito da questão militar.
"Por muito tempo, se você fosse um soldado (na Alemanha), não usaria seu uniforme no trem (porque) passageiros te xingariam de 'assassino'", diz Sophia Besch, especialista em questões militares do Centro de Reforma Europeia.
Desafios de segurança
Quando a Guerra Fria acabou e a Alemanha se reunificou, as pessoas acreditavam que a paz estaria mais ou menos garantida. Mas o político democrata cristão e ex-ministro da Defesa Franz Josef Jung diz que agora "a realidade nos alcançou".
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Image caption A tripulação do U-boat "HAI" a bordo em Kiel em agosto de 1958, as primeiras ações da Alemanha no pós-guerra
Ainda assim, ele admite que "a população (atual alemã) tem uma atitude formada mais pelo pacifismo".
Ele acredita que a Alemanha precisa de novas políticas para "vencer os desafios internos e externos sobre segurança."
Depois da reunificação, a Alemanha começou a enviar tropas para outros países. Mas a sensibilidade segue à flor da pele.
Em 2009, houve alegações de a Alemanha ter encoberto um ataque militar no Afeganistão que causou mortes de civis. Jung foi forçado a renunciar ao cargo de ministro, e até hoje qualquer envio de tropas passa por amplo escrutínio parlamentar.
Relações de tortura
Ao mesmo tempo, a Alemanha aboliu o recrutamento e está se concentrando, como outros exércitos modernos, em forças menores e especializadas.
Mas a velha desconfiança sobre os militares ressurgiu no mês passado quando veio à tona um escândalo evidenciando a presença de grupo da extrema direita no Bundeswehr, promovendo celebrações de tradições nazistas e um plano para assassinar pessoas que pediam refúgio no país.
Alguns minimizaram a amplitude do caso, mas ele de qualquer maneira evidencia as tensões entre o Bundeswehr e o povo alemão.
Agora, há uma urgência real para o debate sobre o futuro militar na Alemanha.
O discurso de Donald Trump dizendo que a Otan é "obsoleta" e seu questionamento sobre "segurança coletiva" foi uma grande surpresa para os alemães, segundo Bethold Kohler, editor do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung. "Ninguém poderia imaginar que o presidente americano diria uma coisa dessas."
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Image caption Muitas cidades alemãs, como Dresden, tiveram que ser reconstruídas após a guerra (imagem de 1946)
Kohler defende que a Alemanha debata até mesmo adquirir suas próprias armas nucleares, mas admite que isso é visto como algo impensável pela maioria de seus compatriotas.
Enquanto alguns se opõem a armas nucleares por princípio, muitos outros passaram décadas vivendo confortavelmente sob o escudo nuclear dos Estados Unidos e da Otan. "Ninguém esperava que teríamos que pensar sobre isso", explica Kohler. E poucos alemães querem fazer isso agora.
Gastos
A Alemanha atualmente gasta apenas 1,3% de seu PIB em defesa. "Nós temos um enorme deficit comercial com a Alemanha e, além disso, eles pagam muito menos do que deveriam para a Otan em questões militares", afirmou Donald Trump recentemente pelo Twitter. "Isso é muito ruim para os Estados Unidos. E isso vai mudar."
A Alemanha vai resistir aos pedidos de Trump por mais gastos com defesa, mas esse subfinanciamento tem sido um pouco embaraçoso em algumas situações, como por exemplo na revelação de que durante um teste da Otan em 2014, um tanque do Bundeswehr encobriu a falta de metralhadoras usando vassouras pintadas