Português, perguntado por detinhaeademirp8h4g4, 11 meses atrás

Preciso saber poemas do modernismo entre 1910 a 1950 de Fernando Pessoa,Mario de Andrade,Manuel Bandeira,Cecília Meireles? Que seja poema pequeno

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Respondido por pissurnof
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O período entre 1910 e 1950 abrange as três gerações modernistas, ou seja, pertencentes ao movimento literário-artístico que foi o Modernismo brasileiro. Dos poetas citados, Manuel Bandeira faz parte da primeira geração, marcada principalmente pela quebra de paradigmas.  Um poema seu conhecido é intitulado Andorinha:

Andorinha lá fora está dizendo:
— “Passei o dia à toa, à toa!”

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa…


Outro membro da primeira geração modernista é Mário de Andrade, que compôs o conhecido poema Quarenta Anos:


A vida é para mim, está se vendo,
Uma felicidade sem repouso;
Eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo
Só pode ser medido em se sofrendo.

Bem sei que tudo é engano, mas sabendo
Disso, persisto em me enganar… Eu ouso
Dizer que a vida foi o bem precioso
Que eu adorei. Foi meu pecado… Horrendo

Seria, agora que a velhice avança,
Que me sinto completo e além da sorte,
Me agarrar a esta vida fementida.

Vou fazer do meu fim minha esperança,
Oh sono, vem!… Que eu quero amar a morte
Com o mesmo engano com que amei a vida.


Cecília Meireles é considerada uma modernista de segunda geração, uma vez que suas obras abrangem um período temporal posterior. Ela é conhecida pelo poema intitulado Motivo:


Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


Fernando Pessoa é um caso à parte neste panorama, uma vez que nasceu em Portugal, tendo lá introduzido o movimento literário-artístico. Ele foi o autor de vários poemas famosos, em especial o chamado Autopsicografia:


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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