História, perguntado por guijperes, 9 meses atrás

Preciso saber o básico de Juana Inez, por favor, é pra amanhã e eu não entendi nada em outros sites!

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Respondido por juanandre180
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Juana Inés de Asbaje foi uma nova-espanhola (ou, hoje em dia, entendida como mexicana), nascida em 1651. Segundo rumores da época, foi filha bastarda de um religioso com uma prostituta, o que a impediu de casar com algum cristão. Desde muito cedo se interessava pelas humanidades, letras e teologia, porém, era afastada dessas áreas pelo simples fato de ser mulher. Diz-se até que ela pensou em se vestir de homem para poder cursar a universidade, que, no século XVII, era só permitida aos homens.

Quando jovem, cerca de 20 anos de idade, foi prestar serviços à corte da nova-espanha, se aproximando muito da vice-rainha, o que gerou rumores de que ambas viviam um relacionamento lésbico. Juana Inés tinha muito talento com as letras e poesias, tendo dedicado inúmeras cartas de amor à vice-rainha Leonor, conhecida como Marquesa de Mancera. Pela proximidade das duas, a vice-rainha queria que ela fosse para a Espanha junto à corte, mas Juana Inés decidiu dedicar sua vida à religião e ao convento. Assim que partiu, a vice-rainha Leonor adoeceu e acabou morrendo. Juana Inés dedicou poesias à Leonor, lamentando a sua morte.

Mesmo após sua ida ao convento, agora com o nome de Juana Inés de la Cruz, ela nunca deixou de escrever e estudar. No século XVII, a perseguição e pressão sob as mulheres estudiosas era grande, mas não impediu que Juana Inés parasse de ler e escrever, se aventurando até pelo ramo da teologia, área de estudo proibida às mulheres.

Quando a nova vice-rainha, Maria Luisa, chegou à nova-espanha, voltou-se o rumor de que Juana Inés havia se apaixonado por uma mulher. Aparentemente, as duas viveram um amor proibido, pois, se até hoje a homossexualidade é julgada, no século 17 era algo muito pior, ainda mais para pessoas conhecidas no país como eram as duas: uma freira e uma vice-rainha. Ela dedicou diversas cartas à amada, tudo em sigilo. Seu confessor, que também era confessor da vice-rainha, pressionava Juana Inés para não sair do padrão do que a Igreja Católica entendia como certo para uma mulher, principalmente para uma freira: ser casta, pura, dedicada às tarefas do convento e esposa de Cristo. O estudo e o amor romântico não faziam parte do que era entendido como certo para uma mulher.

Apesar de tudo, Juana Inés lutou para que tivesse direito a estudar, ler, ensinar, escrever e amar. Conseguiu publicar seus textos, até mesmo aqueles teológicos e fez um alvoroço entre a realeza e a Igreja Católica. Estaria contrário à época se falasse que Juana Inés de Asbaje/De la Cruz foi uma feminista, pois em 1600 e poucos não se existia o conceito de feminismo, mas é certo dizer, pelo que se têm na história, que ela se dedicou ao que gostava, afrontou a Igreja Católica, as irmãs do convento e todo o costume da sociedade do século XVII. Com certeza, ela, como muitas outras, é uma mulher forte documentada pela história, que mesmo sendo impedida de estudar por ser mulher, não deixou que isso congelasse suas ideias.

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