Português, perguntado por biafsants, 8 meses atrás

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RESUMO DO LIVRO "O NAVIO NEGREIRO"

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Respondido por theomachado
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Resposta: Foi escrito em 1868, em São Paulo, quase vinte anos após a Lei Áurea (1850). O Navio Negreiro tem como subtítulo “Tragédia do Mar” e canta em poemas a história das embarcações que transportavam os escravos arrancados de suas terras e eram trazidos para o Brasil e vendidos como escravos.. Pois, o autor toma de forma nada estética o negro como herói de sua obra, diferentemente do que faziam outros poetas, tais como Gonçalves Dias que tomava o índio como herói. Sua abordagem difere-se totalmente do que era recorrente no período do Ultra-Romantismo, também conhecido como “Mal do Século”; ele faz uma denúncia social acerca da escravidão e luta pela abolição dos negros, isso tudo em poemas que emitem pessimismo e angústia.

 

Veja o poema

Resumo do livro O Navio Negreiro

O NAVIO NEGREIRO

I

‘Stamos em pleno mar…

Doudo no espaço

Brinca o luar — dourada borboleta;

E as vagas após ele correm… cansam

Como turba de infantes inquieta.

‘Stamos em pleno mar…

Do firmamento

Os astros saltam como espumas de ouro…

O mar em troca acende as ardentias,

— Constelações do líquido tesouro…

‘Stamos em pleno mar…

Dois infinitos

Ali se estreitam num abraço insano,

Azuis, dourados, plácidos, sublimes…

Qual dos dous é o céu? qual o oceano?…

‘Stamos em pleno mar…

Abrindo as velas

Ao quente arfar das virações marinhas,

Veleiro brigue corre à flor dos mares,

Como roçam na vaga as andorinhas…

Donde vem? onde vai?

Das naus errantes

Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?

Neste saara os corcéis o pó levantam,

Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest’hora

Sentir deste painel a majestade!

Embaixo — o mar em cima — o firmamento…

E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!

Que música suave ao longe soa!

Meu Deus! como é sublime um canto ardente

Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,

Tostados pelo sol dos quatro mundos!

Crianças que a procela acalentara

No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba

Esta selvagem, livre poesia

Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,

E o vento, que nas cordas assobia…

………………………………………………….

Por que foges assim, barco ligeiro?

Por que foges do pávido poeta?

Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira

Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,

Tu que dormes das nuvens entre as gazas,

Sacode as penas, Leviathan do espaço,

Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.

II

Que importa do nauta o berço,

Donde é filho, qual seu lar?

Ama a cadência do verso

Que lhe ensina o velho mar!

Cantai! que a morte é divina!

Resvala o brigue à bolina

Como golfinho veloz.

Presa ao mastro da mezena

Saudosa bandeira acena

As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas

Requebradas de langor,

Lembram as moças morenas,

As andaluzas em flor!

Da Itália o filho indolente

Canta Veneza dormente, —

Terra de amor e traição,

Ou do golfo no regaço

Relembra os versos de Tasso,

Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,

Que ao nascer no mar se achou,

(Porque a Inglaterra é um navio,

Que Deus na Mancha ancorou),

Rijo entoa pátrias glórias,

Lembrando, orgulhoso, histórias

De Nelson e de Aboukir.. .

O Francês — predestinado —

Canta os louros do passado

E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,

Que a vaga jônia criou,

Belos piratas morenos

Do mar que Ulisses cortou,

Homens que Fídias talhara,

Vão cantando em noite clara

Versos que Homero gemeu …

Nautas de todas as plagas,

Vós sabeis achar nas vagas

As melodias do céu! …

 

III

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!

Desce mais … inda mais… não pode olhar humano

Como o teu mergulhar no brigue voador!

Mas que vejo eu aí…

Que quadro d’amarguras!

É canto funeral!…

Que tétricas figuras!…

Que cena infame e vil…

Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV

Tem até a parte VI , mas como ficou muito longo!

E faltaram a parte V, 1V E a VI

FIM

Explicação: Bons Estudos!

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