Português, perguntado por arthurzebral3, 8 meses atrás

preciso fazer um texto sobre os impactos sociais da leitura no Brasil me ajudem aí pfv​

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Respondido por anapaulamagno7
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Estudiosos, escritores e leitores de diferentes estratos sociais atribuem à literatura uma função formadora, visto que ela contribui para o desenvolvimento de indivíduos emocional e psiquicamente equilibrados, conscientes de sua responsabilidade social e aptos a posicionar-se criticamente em face de seu meio. Paralelamente, professores dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio atestam o desinteresse de seus alunos pela leitura de textos literários, posicionamento que somente é contrariado por raras exceções.

No ensino superior, é generalizada a queixa entre professores dos cursos de letras sobre o nível de competência leitora de seus alunos, cujas referências a respeito de obras da literatura brasileira e ocidental são tão escassas que, para os docentes, torna-se difícil promover diálogos que possam elucidar aspectos peculiares à arte verbal e ao seu papel de testemunho dos dilemas humanos da contemporaneidade e de outras épocas.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — que visam traçar um panorama das práticas de leitura dos jovens brasileiros e de sua competência leitora — confirmam as carências das novas turmas que ingressam no ensino superior e situam-nas na precariedade do ensino fundamental e médio.

Um estudo realizado pelo Instituto Paulo Montenegro, em parceria com a ONG Ação Educativa e o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope Inteligência), estima que 27% dos brasileiros não sabem ler ou leem apenas títulos e frases, reconhecem uma informação explícita e têm dificuldades de se expressar por meio da escrita, sendo, portanto, analfabetos funcionais; 42% têm uma habilidade básica de leitura, sendo capazes de ler textos curtos e de localizar informações explícitas; 23% apresentam um nível intermediário de leitura, sendo capazes de fazer pequenas inferências e de interpretar e de realizar a síntese de textos diversos; e apenas 8% dos brasileiros efetivamente compreendem o que leem, são capazes de relacionar e de comparar informações e de situar-se criticamente diante do texto lido (Inaf, 2016).

Os recortes realizados pelo Inaf, conforme os níveis de ensino, também sublinham a ineficiência do atual sistema de ensino no desenvolvimento da capacidade leitora dos indivíduos. Segundo a pesquisa (Inaf, 2016), 11% dos alunos que cursam ou que finalizaram o ensino médio são analfabetos funcionais, bem como 4% dos inscritos em curso superior ou graduados.

Os resultados do Pisa, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), referentes a 2015 e publicados em dezembro de 2016, mostram um desempenho pouco satisfatório dos adolescentes brasileiros. Na prova, aplicada em 70 países, os brasileiros atingiram a 63ª posição em ciências, a 59ª em leitura e a 66ª em matemática.

O Brasil, que está entre as piores colocações do ranking, ficou à frente de Trinidad e Tobago, Costa Rica, Qatar, Colômbia e Indonésia (MEC, 2016). O resultado permite afirmar que a competência de leitura se efetiva por meio de sua qualidade e não pelo domínio do código escrito, já que todos os participantes da prova estavam aptos a ler, ainda que não fossem capazes de migrar da apreensão do código verbal para níveis de compreensão e interpretação do texto.

Por sua vez, os resultados do Enem também confirmam a distância entre o objetivo da escola — formar leitores críticos — e sua concretização. Os resultados da prova aplicada em 2016, que representam o desempenho de 6,1 milhões de participantes, demonstram que eles atingiram a média 505,15 na prova objetiva que avalia conhecimentos gerais e a média 520,5 na prova específica da área de linguagens e códigos e suas tecnologias (MEC, 2017). As médias alcançadas evidenciam o baixo nível de compreensão da leitura de estudantes que, pelo nível em que se encontram, deveriam ter pleno domínio desse processo.

Os indicadores de leitura levantados pelo Ibope e pelo Instituto Pró-livro em 2015 e divulgados em 2016, na quarta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (Failla, 2016), mostram que a média de leitores entre a população brasileira é de 56%; no âmbito do ensino fundamental, ela alcança 84%; no ensino médio, 78% e, no ensino superior, 93%. O mesmo ocorre com o número médio de livros lidos ao ano, que, em nível nacional, é de 4,86 e, entre os estudantes em geral, é de 9,38.

Assim, os índices da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil apontam, por um lado, para a relevância do ensino regular no incentivo ao hábito da leitura. Por outro, no entanto, evidenciam ser o ensino médio o elo mais vulnerável na formação da competência leitora em ambiente escolar, visto ser este o nível com menor índice de leitores.

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