preciso de uma resenha opinando sobre o filme Os saltimbancos trapalhões
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Os Trapalhões fizeram uma infância diferenciada para muita gente. Era uma época em que as pessoas assistiam tv e, no domingo, eles faziam a alegria da família brasileira. Mas não ficaram só no programa de televisão. Investiram no cinema com muito sucesso. Seu primeiro filme é de 1966, com Renato Aragão e Dedé Santana. Em 1973, Mussum começou a participar do grupo e, um ano depois, Zacarias é confirmado como o quarto trapalhão. Fizeram grande sucesso com programa de tv e no cinema, com 21 filmes, sendo que cinco deles estão entre as dez maiores bilheterias do cinema brasileiro. O filme Os Saltimbancos Trapalhões estreou em 1981 nos cinemas e é considerado o melhor filme da trupe. No próximo dia 19 de janeiro, estreia o novo Saltimbancos, que é uma “continuação afetiva”, com algumas mudanças pontuais. Volta-se como começou a história da trupe, com apenas dois trapalhões, Didi e Dedé como os protagonistas do circo, cheio de dívidas, que precisa sair do buraco trazendo novo público que há muito não existe. Com a ajuda de Karina, filha do dono do circo, irão montar um musical com a turma circense, vestida de animais, e precisarão enfrentar o gerente do circo, Assis Satã e sua mulher, a dissimulada Tigrana, que emprestaram o espaço para o prefeito Aurélio Gavião, para realizar leilão de gados.
E o maior protagonista dOs Trapalhões está de volta, Didi Mocó, de Renato Aragão. A primeira cena com Didi recebendo um prêmio em Hollywood das mãos de Tom Hanks, vivido por Dan Stubach, é das mais hilárias e ainda com ótima narração em tempo real. Didi é o sonhador. Sonha com os bichos lhe dando conselhos. Sonha fazendo sucesso em Hollywood. Relembra do passado e a gente vai junto. Nos antigos filmes, Didi sempre tinha um amor platônico por alguma moça, já neste, o amor é mais fraternal com Karina, vivida por Letícia Colin (Bonitinha, mas Ordinária), tanto que já foi apaixonado pela mãe da garota, personagem de Lucinha Lins, do filme de 1981. Aliás, Letícia Colin tem química perfeita com todos daquela trupe, sendo uma das melhores cantoras do elenco, junto com Emílio Dantas, que já vem de uma carreira musical de teatro. Sem dúvida alguma, o maior destaque do filme fica por conta das partes musicais. Ali, todos cantam de verdade, ouvimos a voz do Didi, de sua filha Lívia e do restante do elenco de apoio. Nessas cenas, ninguém chega cantando do nada, sempre tem um porquê para a música ser inserida naquele contexto. Uma delícia de se ver e de se ouvir. Quem sabe as produções brasileiras não irão apostar um pouco mais na vertente dos musicais no cinema.
A diversão nos Saltimbancos salta aos olhos. É nítido que todos eles se divertiram à beça. Todo o elenco é rico na caricatura, exceto os personagens de Letícia Colin e Emílio Dantas. Parecem sair de um desenho animado, proporcionando um riso natural, nada forçado. Alinne Morais e Maria Clara Gueiros são dois casos especiais, elas não ajudam em nada no desenrolar da trama, mas são presenças bem agradáveis em cena, que até esquecemos esse pequeno detalhe. Do elenco antigo, temos Dedé Santana, continua sendo a “escada” para as graças de Didi, isso sempre funcionou muito bem e, o eterno Sargento Pincel, Roberto Guilherme, fazendo o dono do circo, ajudando na nostalgia vivenciada.
Muitos falam que o humor dOs Trapalhões era datada e não funcionaria nos tempos de hoje, em parte sim, pois eles muitas vezes usavam do humor preconceituoso que hoje não encontra mais espaço, mas sempre aproveitavam da inocência (ou esperteza) de seus personagens e que hoje, ainda, funciona perfeitamente para todo público, fazendo a alegria da garotada e, principalmente, dos marmanjões que tanto rolaram de rir nas décadas de 70 a 90.
Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood – mesmo com pouca história pra contar e situações com poucas resoluções, deu muito certo no que ele se propõe a fazer, homenagear o grupo de comédia mais longevo do Brasil, que serviu de inspiração para tantos outros, resgatando um humor pueril, caricato e inocente que tanto fez bem para a família brasileira. No final, rolou aquela lágrima. Duvido que você não saia do cinema cantarolando “nós gatos já nascemos pobres…”.