Preciso de uma crônica para amanhã, com diálogos sobre o dia-dia, que nao seja famosa.
alguém me ajuda?
urgente
agradeço desde já :)
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Os pés pesam cada vez mais. E não sabe quanto tempo ainda vai andar. Ele observa as fachadas das residências e lembra das fachadas das casas de sua infância. Bem diferentes.
As casas de antigamente sempre tinham varandas, e quase nunca muros. As de hoje abdicaram do espaço de convivência porque precisam proteger-se.
Tudo é bem calculado por estas bandas. Não há tanto espaço para improvisos. Ele consegue perceber a simetria enquanto caminha na desarmonia dos seus próprios passos.
O suor já impregnou sua pele. O cheiro não é bom, e o incomoda. Gostaria de tomar um gostoso banho. Mas a verdade é que não há perspectiva de que isso aconteça nas próximas horas.
Não falei, mas ele não está apenas caminhando. Carrega um carrinho vazio. O seu trabalho é conseguir papelão e vendê-lo. Assim é que ele sustenta a família.
O problema é que já está no fim do dia e pouca coisa conseguiu. É a última rua do bairro. Todas as casas fechadas.
Quase desistindo, pensa na vida. Por que tanta escassez? Como fez tanta escolha errada na vida? Por que a família não o ajuda? Por que continuar?
Ele também pensa em Deus.
Sabe pouco. Mas tem fé.
Lembra de sua pequena igreja próxima à sua casa. Lá ele canta, ora, chora e ouve as lições da Bíblia.
Uma das lições é não desistir. “Deus está contigo”.
Então levanta um pouco mais o carrinho, retoma o fôlego e acelera os passos.
Um veículo se aproxima. O motorista abre a janela e diz: “bom dia. Tenho uma coisa para você lá em minha casa”.
“Bom dia, doutor. É mesmo? Então vamos lá”.
Seguem. O carro o ultrapassa, mas não acelera tanto.
A casa não é longe. E ele já percebe a fachada próxima. Sim, tem muros também.
O motorista abre o portão automático e o chama para entrar.
Ele entra.
O motorista é um jovem de baixa estatura, barbudo e sem cabelos. Um sujeito simpático e amável.
Mas de todas as frases doces que ele poderia pronunciar, a melhor de todas foi:
“Acabamos de nos mudar para cá. Temos muitas caixas de papelão vazias no canto direito da garagem. Pode ir lá e pegar para você”.
A reação foi automática:
“Só pode ser de Deus mesmo!”
Foi uma mistura de oração com suspiro. De fé com cansaço. De surpresa com gratidão a Deus.
Ele lembrou-se de Pedro, que havia tentado pescar a noite toda, mas sem resultado. Jesus entrou no barco e o ordenou que jogasse a rede. E ele jogou!
Neste caso, era simplesmente papelão, mas valia muito para quem luta para sobreviver.
Claro, ele sabe que é apenas mais um dia. Que seria bem melhor se tivesse mais oportunidades além de catar papelão. Mas aqui e agora o que vale é o momento. Terminar o dia com o carrinho cheio é muito bom! É benção de Deus.
O dono da casa se surpreende com a reação dele e então repete, meio que pensando na sua própria vida ou até mesmo recebendo uma resposta divina:
“É, só pode ser de Deus mesmo”.
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As casas de antigamente sempre tinham varandas, e quase nunca muros. As de hoje abdicaram do espaço de convivência porque precisam proteger-se.
Tudo é bem calculado por estas bandas. Não há tanto espaço para improvisos. Ele consegue perceber a simetria enquanto caminha na desarmonia dos seus próprios passos.
O suor já impregnou sua pele. O cheiro não é bom, e o incomoda. Gostaria de tomar um gostoso banho. Mas a verdade é que não há perspectiva de que isso aconteça nas próximas horas.
Não falei, mas ele não está apenas caminhando. Carrega um carrinho vazio. O seu trabalho é conseguir papelão e vendê-lo. Assim é que ele sustenta a família.
O problema é que já está no fim do dia e pouca coisa conseguiu. É a última rua do bairro. Todas as casas fechadas.
Quase desistindo, pensa na vida. Por que tanta escassez? Como fez tanta escolha errada na vida? Por que a família não o ajuda? Por que continuar?
Ele também pensa em Deus.
Sabe pouco. Mas tem fé.
Lembra de sua pequena igreja próxima à sua casa. Lá ele canta, ora, chora e ouve as lições da Bíblia.
Uma das lições é não desistir. “Deus está contigo”.
Então levanta um pouco mais o carrinho, retoma o fôlego e acelera os passos.
Um veículo se aproxima. O motorista abre a janela e diz: “bom dia. Tenho uma coisa para você lá em minha casa”.
“Bom dia, doutor. É mesmo? Então vamos lá”.
Seguem. O carro o ultrapassa, mas não acelera tanto.
A casa não é longe. E ele já percebe a fachada próxima. Sim, tem muros também.
O motorista abre o portão automático e o chama para entrar.
Ele entra.
O motorista é um jovem de baixa estatura, barbudo e sem cabelos. Um sujeito simpático e amável.
Mas de todas as frases doces que ele poderia pronunciar, a melhor de todas foi:
“Acabamos de nos mudar para cá. Temos muitas caixas de papelão vazias no canto direito da garagem. Pode ir lá e pegar para você”.
A reação foi automática:
“Só pode ser de Deus mesmo!”
Foi uma mistura de oração com suspiro. De fé com cansaço. De surpresa com gratidão a Deus.
Ele lembrou-se de Pedro, que havia tentado pescar a noite toda, mas sem resultado. Jesus entrou no barco e o ordenou que jogasse a rede. E ele jogou!
Neste caso, era simplesmente papelão, mas valia muito para quem luta para sobreviver.
Claro, ele sabe que é apenas mais um dia. Que seria bem melhor se tivesse mais oportunidades além de catar papelão. Mas aqui e agora o que vale é o momento. Terminar o dia com o carrinho cheio é muito bom! É benção de Deus.
O dono da casa se surpreende com a reação dele e então repete, meio que pensando na sua própria vida ou até mesmo recebendo uma resposta divina:
“É, só pode ser de Deus mesmo”.
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