preciso de uma análise completa do livro a cidade e as serras
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Resposta:
Este romance pertence à 3ª fase de Eça de Queiroz, que é caracterizada pela pacificação do artista, pela sua visão mais optimista da pátria pelos momentos de esperança e reconciliação dele com o carácter do homem lusitano. Essa visão esperançosa do autor veio do interior de Portugal, onde as pessoas ainda não estavam contaminadas pelos falsos valores tecnológicos do mundo urbano. Somente no campo que se encontrava bons ares da região serrana, boa comida típica do interior, bons vinhos e a proximidade com o interior.
A Cidade e as Serras é o desenvolvimento do conto "Civilização", também escrito por Eça de Queiroz, que traz Zé Fernandes, personagem-narrador, contando a história de Jacinto, o protagonista.[1]
O romance é dividido em duas partes: a primeira passa-se em Paris, na qual Jacinto vive no meio da civilização, e de onde não pretende sair. A segunda revela um outro Jacinto, que mora no campo e descobre a alegria de viver nas coisas simples. Apesar de o protagonista encontrar o seu refúgio nas serras, o núcleo do romance é a oposição entre a cidade e o campo; a vida em cada um desses ambientes é o centro da análise do autor, deixando o material humano de lado. Eça de Queiroz deixa marcados os seus traços pessoais nas suas obras, como por exemplo, sua ironia corrosiva, seu forte pessimismo social, sua espontaneidade e o emprego de estrangeirismos (principalmente franceses). Como realista ele pretendia somente retratar a realidade, sem falso moralismo.
O romance traz descrições minuciosas das cenas, parecendo colocar o leitor dentro deles, e os seus personagens caracterizam-se como meros tipos sociais, assim os quadros em que se passam as acções tornam-se vivos quando se lê o livro. Percebe-se algo de autobiográfico no romance, já que o modo de vida do autor está presente nos personagens principais, ele que viu os cenários descritos, também foi viver em Paris, levado pela ilusão do progresso, e se desiludiu com o que encontrou e vivenciou lá.
Os frequentadores do 202 representam um artificialismo social, são caricaturas que ajudam a tornar a vida de Jacinto insuportavelmente tediosa. Já os personagens do campo demonstram apelos emocionais, como a ternura e a compreensão dos defeitos e dificuldades humanos. Concluímos que a crítica à vida moderna e aos confortos tecnológicos (suas falhas) feitos pelo autor levam-nos a acreditar que a felicidade não é conquistada apenas por meio de máquinas, que não devem e não podem preencher a vida humana, mas sim ser complemento ao estado de realização que vem de dentro do indivíduo.