Preciso de um texto de pelo menos 20 linhas de "Como as Ciências e a Tecnologia influenciam o modo de vida das pessoas quanto ao acesso, transmissão, captação e distribuição de informações e argumentar a respeito de uma atitude individual e coletiva, crítica e reflexiva, sobre a natureza dessas informações, os meios de veiculação e princípios éticos envolvidos"
Soluções para a tarefa
Resposta:
A sociedade vive, mais do que nunca, sob os auspícios e domínios da ciência e da tecnologia, e isso ocorre de modo tão intenso e marcante que é comum muitos confiarem nelas como se confia numa divindade. Este comportamento ficou de tal forma arraigado na vida contemporânea que fomos levados a pensar desta maneira durante toda nossa permanência nos bancos escolares. A lógica primordial do comportamento humano é a lógica da eficácia tecnológica; suas razões são as razões da ciência. As notícias do dia-a-dia exacerbam as virtudes da ciência e da tecnologia; os produtos são vendidos calcados nas suas qualidades embasadas em depoimentos 'científicos'. É uma relação tão profunda a que se estabelece entre a sociedade e as máquinas que se traduz em incoerência e grave omissão as escolas de engenharia não procurarem ter uma atuação mais presente nas análises de seus resultados.
As avaliações da ciência e da tecnologia e de suas repercussões na sociedade precisam seguramente tomar rumos mais claros e intensos nas atividades didáticas. Estes debates e discussões têm se tornado permanentes na grande maioria das instituições de ensino no mundo todo, realçando a sua pertinência e reforçando a necessidade de seguir o mesmo caminho nas escolas que trabalham a ciência e a tecnologia no Brasil. E não se trata de avaliar apenas os possíveis impactos que fatalmente a ciência e a tecnologia causam e causarão na vida de todos nós, mas sim, e principalmente, descobrir o irreversível a que tais usos nos conduzirão.
Um dos motivos destes debates e discussões é, em parte, 'desmascarar' a ciência e a tecnologia. Parece que, em função do tipo de comportamento que este assunto assume entre os cidadãos, é urgente discuti-lo, para que a partir de tais análises possamos retirar a ciência e a tecnologia de seus pedestais ina-baláveis da investigação desinteressada da verdade e dos resultados generosos para o progresso humano. Estas análises devem ser processadas para expor todos os seus compromissos e dependências em relação às diferentes forças sociais, inclusive as menos favorecidas, que operam em nossa civilização. Dentro des-ta ótica, no entanto, devemos ter cuidado para não produzir o que poderíamos chamar de ‘vulgarização científica’, o que, longe de reduzir a alienação do homem com relação à ciência e à tecnologia, contribuiria, na realidade, para aumentá-la, fornecendo a ilusão, perigosa, de ter ‘compreendido o princípio’ sem entrar na essência da atividade da ciência contemporânea: sua complexidade, sua coerência e seu esforço (Moles, 1995).
Na continuidade destas constatações, uma citação de Moles é importante porque procura mostrar que, independente do conhecimento das implicações da ciência e da tecnologia na sua vida cotidiana, o homem cultiva uma relação de dependência na tentativa de se ‘manter’ atualizado com os problemas contemporâneos:
“Quer ele penetre ou não dentro dos segredos do pensamento científico, este ‘pequeno homem’ prefere para o seu conforto intelectual adorar as vacas sagradas da nova religião contemporânea. Há muitas delas, há uma mistura da ‘relatividade’, Einstein, Oppenheimer, com Monod e o inventor do náilon, os ‘laboratórios’ longínquos onde se destila a magia etc., em torno de seres, de lugares e de coisas incompreensíveis. Ele coloca a seu alcance ao mesmo tempo respeito e hostilidade. Certamente, ele tem maior respeito pela lista vertiginosa dos miligramas de cátion com nome grego sobre a etiqueta de água mineral que ele consome em sua mesa como indicações do doutor — em medicina: ele confunde alegremente a ciência do professor que assinou a etiqueta com a saúde física que ele retirará de seu consumo — técnica biológica. É, de maneira muito exata, o que se pode chamar de kitsch: os aspectos decorativos do vocabulário químico-latino tomando o lugar de funções que ele não compreende e não se espera mesmo que compreenda esse kitsch que se manifesta no jaleco branco ou no diploma de doutor, que às vezes pode até ser perigoso.
Explicação: