Preciso de um texto de história com o tema:Minha vida marinheira. No mínino 15 linhas.
Me ajudem,por favor
Soluções para a tarefa
O meu pai contou-mo muitas vezes. Durante uma manobra de proa um marinheiro estava quase a cair à água e ele atirou-se rapidamente para o salvar; conseguiu apanhá-lo, mas com tão pouca sorte que por um triz não perdeu a perna esquerda, que tinha ficado presa entre a corrente e o cabrestante.
Isto deve ter acontecido por volta de 1920. Por causa dessa desgraça o meu pai passou para a escala de terra e em 1934, depois de uma breve estadia em Ferrol - onde eu nasci - outra em Avilés e outra na Corunha, fomos para Madrid.
Uma desgraça? Sim; foi evidentemente uma desgraça, ainda que no decorrer da minha vida fui vendo que Deus nos mostra o seu amor também através desses acontecimentos que qualificamos como “desgraças” e que nos mudam a vida. De facto, a vida do meu pai mudou por completo e com ela, a de toda a família.
Agora encaro aquele acontecimento de outra maneira. E mais do que uma desgraça considero-o como um desses factos que Deus permite para nosso bem. Foi, por assim dizer, como uma imagem fixa (congelar a imagem, diz-se agora) de todo o percurso da vida. Quando penso no meu pai imagino-o nesse momento crucial, atirando-se para salvar o marinheiro e cheio de dores, com a perna desfeita. Porque aquilo não foi um facto isolado, mas uma constante da sua existência. Morreu com o posto de Capitão em 1974.
"O MEU PAI NÃO ERA UM HOMEM DE CONSELHOS, MAS DE EXEMPLO PESSOAL. UMA PESSOA ÍNTEGRA, COM MUITAS VIRTUDES HUMANAS"Quando se chega a estas idades pensa-se muito nos pais, na infância, no sentido da própria vida! Eu esforço-me em recordar algumas palavras do meu pai, algum conselho, alguma directriz e dou-me conta que não me deu praticamente nenhuma. Não era um homem de conselhos, mas de exemplo pessoal. Uma pessoa íntegra, com muitas virtudes humanas. Não era muito religioso, era extraordinariamente bom e honrado, limpo e nobre, de alma e de palavra. Quando havia alguma conversa improcedente que pudesse roçar o imoral, cortava-a com decisão. "Lá vem o dom puro!", diziam-lhe na brincadeira. A mim fez-me muito bem essa pureza interior, essa coerência profunda da sua alma.
E fomos para Madrid como estava a contar. Em 1934 levaram-me para o Colégio do Pilar. Anos depois pude comprovar que era um grande colégio, mas no princípio não pensava do mesmo modo. Ressoam ainda nos meus ouvidos as gargalhadas dos meus companheiros de turma quando numa manhã, enfiei, decidido, pela porta fora.
- Navarro! Onde é que vai? Perguntou-me o professor.
- Vou para minha casa! Respondi, com toda a decisão dos meus seis anos. E rematei:
- Vou para casa, porque gosto mais de lá estar do que aqui!
Tenho uma dívida imensa para com aquele colégio, onde recebi uma magnífica formação académica, humana e cristã. Aprendi a viver uma vida de piedade sincera, apesar de ainda ser “tutelada”. Depois explicarei o motivo desta expressão.