Preciso de um resumo sobre A Perfectibilidade da Raça Negra.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A raça negra é perfectível?
Segundo alguns, a questão é
julgada e resolvida
negativamente. Se assim é, se
essa raça é votada por Deus a
uma eterna inferioridade, a
consequência é que será inútil
preocuparmo-nos com ela e que
devemos limitar-nos a fazer do
negro uma espécie de animal
doméstico dedicado à cultura do
açúcar e do algodão.
Entretanto a Humanidade,
tanto quanto o interesse social,
requer um exame mais acurado. É
o que tentaremos fazer. Mas
como uma conclusão dessa
importância num ou noutro
sentido, não pode ser alcançada
levianamente, e deve apoiar-se
em raciocínio sério, pedimos
permissão para desenvolver
algumas considerações
preliminares, que nos servirão
para mostrar, mais uma vez, que
o Espiritismo é a única chave
possível de uma porção de
problemas insolúveis com o
auxílio dos dados atuais da
Ciência.
A frenologia nos servirá de
ponto de partida. Exporemos
sumariamente as suas bases
fundamentais, para melhor
compreensão do assunto.
Como se sabe, a frenologia
apoia-se no princípio que o
cérebro é o órgão do
pensamento, como o coração é o
da circulação, o estômago o da
digestão, o fígado o da secreção
da bile. Este ponto é admitido por
todos, porque ninguém pode
atribuir o pensamento a outra
parte do corpo. Cada um sente
que pensa pela cabeça e não pelo
braço ou pela perna. Além disso,
sente-se instintivamente que a
sede do pensamento está na
fronte: é aí, e não no occipital,
que se leva a mão, para indicar
que acaba de brotar uma ideia.
Para todo o mundo o
desenvolvimento da parte frontal
leva a presumir mais inteligência
do que quando ela é baixa e
deprimida. Por outro lado, as
experiências anatômicas e
fisiológicas demonstraram
claramente o papel especial de
certas partes do cérebro nas
funções vitais, e a diferença dos
fenômenos produzidos pela lesão
de tal ou qual parte. A esse
respeito, as pesquisas científicas
não deixam dúvida. As do Sr.
Flourens, principalmente,
provaram à evidência a
especialidade das funções do
cerebelo.
Assim, é admitido como
princípio que cada parte do
cérebro tem a sua função. Além
disto, é reconhecido que os
cordões nervosos que, originado-
se do cérebro, se ramificam em
todas as partes do corpo, como
os filamentos de uma raiz, são
afetados de maneira diferente,
conforme a sua destinação. É
assim que o nervo óptico, que
alcança o olho e se espalha na
retina, é afetado pela luz e pelas
cores e transmite essas
sensações ao cérebro numa
porção especial; que o nervo
auditivo é afetado pelos sons e os
nervos olfativos pelos odores. Se
um desses nervos perder a
sensibilidade por uma causa
qualquer, não haverá mais a
sensação: fica-se cego, surdo ou
privado do olfato. Esses nervos
têm, pois, funções distintas e não
podem de modo algum se
substituir, embora o mais atento
exame não mostre a mais ligeira
diferença na sua contextura.
Partindo de tais princípios, a
frenologia vai mais longe: localiza
todas as faculdades morais e
intelectuais, a cada uma das
quais determina um lugar
especial no cérebro. É assim que
ela afeta um órgão com instinto
de destruição que, levado ao
excesso, se torna crueldade e
ferocidade; um outro com a
firmeza, cujo excesso, sem a
contrapartida do julgamento,
produz a teimosia; um outro ao
amor pela progenitura; outros à
memória das localidades, à dos
números, à das formas, ao
sentimento poético, à harmonia
dos sons, das cores, etc.
Não é aqui o lugar para fazer
a descrição anatômica do
cérebro. Apenas diremos que se
fizermos uma secção longitudinal
na massa, reconheceremos que
da base partem feixes fibrosos
que vão espalhar-se na superfície,
apresentando mais ou menos o
aspecto de um cogumelo cortado
verticalmente. Cada feixe
corresponde a uma das
circunvoluções na superfície
externa, de onde se segue que o
desenvolvimento da
circunvolução corresponde ao
desenvolvimento do feixe fibroso.
Segundo a frenologia, sendo cada
feixe a sede de uma sensação ou
de uma faculdade, conclui ela que
a energia da sensação ou da
faculdade é proporcional ao
desenvolvimento do órgão.
No feto, a caixa óssea do
crânio ainda não está formada. A
princípio ela é apenas uma
película, uma membrana muito
flexível, que se modela,
consequentemente, nas partes
salientes do cérebro e lhes
conserva a impressão, à medida
que se endurece, pelo depósito de
fosfato de cálcio, que é a base
dos ossos. Das saliências do
crânio a frenologia conclui o
volume do órgão, e do volume do
órgão conclui o desenvolvimento
da faculdade.
Tal é, em poucas palavras, o
princípio da ciência frenológica.