Português, perguntado por pablolizzyep4krtz, 11 meses atrás

Preciso de um resumo do seguinte texto:


Mover-se para além da dor
Para sermos livres, devemos escolher além de só sobreviver à adversidade

Sempre me fascinou a maneira pela qual muitas feministas negras
escreveram de modo a nos inspirar a viver além da dor, de não permitirmos
que nossa existência seja somente marcada por violências. Por mais que
seja assim, posto que a sociedade é estruturada por racismo, machismo e
capitalismo, muitas trazem a importância de encontrarmos nossas próprias
definições.
 A autora bell hooks —assim em minúsculo, a pedido dela—, é uma
importante feminista negra americana, dessas que nos fazem refletir nesse
sentido.
 Em um texto, ela questiona o álbum “Lemonade”, de Beyoncé. Segundo a
autora, por mais que o disco use narrativas de mulheres negras, ele seria
mais um produto que confina essa mulher a um lugar de submissão. Diz
hooks: “Para sermos verdadeiramente livres, devemos escolher além de
simplesmente sobreviver à adversidade. Devemos ousar criar vidas
sustentadas no bem-estar e em uma alegria ideal.
Nesse mundo, o ato de fazer e beber limonada será refrescante e azedo, uma mistura da vida real do amargo e
do doce, e não uma fala sobre nossa capacidade de suportar a dor, mas uma celebração da nossa capacidade
de nos movermos além da dor”.
Em um importante artigo denominado “Recusando-se a Ser uma Vítima”, hooks discute como seria crucial o
foco no enfrentamento da dor, e não somente em relatar a dor, pois somente relatar nos fixa no lugar de quem
é o objeto da discriminação, logo, na figura imposta por quem está no poder. Nós também somos sujeitos que
pensam a transformação.
Gosto da distinção que a autora faz entre vitimização e resistência militante —a primeira nos reduz, a
segunda nos liberta. Importante frisar que vitimização aqui não tem o significado pejorativo do senso comum
que desrespeita a luta de minorias, mas sim o sentido de estratégia de luta.
A autora critica o fato de que, muitas vezes, os grupos que têm privilégios são os que mais se vitimizam,
como forma de ganhar visibilidade política. Para hooks, só quem acreditou nos discursos liberais da mídia
acredita que será tratado como igual, em uma sociedade racista e machista.
Logo, para ela, se é sabido que a sociedade discrimina, para além de somente falar sobre isso e cair na
identidade vitimada, seria mais prudente encontrar saídas coletivas para romper com essa realidade com
resistência militante.
Outro perigo da identidade vitimada é que a sociedade adora ouvir “histórias tristes ou de superação”, só
aceita a mulher negra no lugar da “coitada”, no qual precisa ser guiada, e não no lugar da altivez, do
orgulho em ser o que é, como sujeito.
Em um trecho do artigo, ela diz: “Vinda de comunidades feministas no Sul segregacionista, eu nunca tinha
escutado das mulheres negras sua vitimização. Enfrentando a dureza, a destruição causada por falta e
privação econômica, a injustiça cruel do apartheid racial, eu vivia em um mundo em que as mulheres
ganhavam força no compartilhamento de saber e recursos, e não por que se juntavam na base de serem
vítimas. A despeito da incrível dor de viver no apartheid racial, as pessoas negras sulistas não falavam
sobre nós mesmas como vítimas mesmo quando éramos humilhadas. Nós nos identificávamos mais pela
experiência da resistência e do triunfo do que pela natureza de nossa vitimização. Era um fato que a vida
era dura, que havia sofrimento. Era pelo enfrentamento desse sofrimento com graça e dignidade que uma
pessoa experienciava transformação”.
Não há negação das estruturas, não é um discurso vazio e liberal, ao contrário. Justamente o entendimento
de como as estruturas funcionam a faz pensar numa possibilidade de mundo em que possamos ser
humanas. Acho interessante como dialoga com o poema de Maya Angelou “Ainda Assim, Eu me Levanto”.
Angelou traz os impactos do racismo, mas sempre o desafia. “Você pode me fuzilar com palavras/ E me
retalhar com seu olhar/ Pode me matar com seu ódio/Ainda assim, eu vou me levantar.”
É não deixar a dor os paralisar, ousar sonhar em um mundo em que esse direito nos foi negado. A potência
dessas palavras soa como uma afirmação metafísica da liberdade. É a utopia que nos guia a fim de não nos
conformarmos com os horrores diários. É contar a história do Brasil não só pela ótica do povo negro que
foi escravizado, mas contar a partir do quilombo de Palmares.
Mover-se para além da dor, ainda assim, e se levantar, são atos restituidores de sonhos, de possibilidades
de existências plenas, de poder dizer: “Para sermos verdadeiramente livres, devemos escolher além de
simplesmente sobreviver à adversidade”.

Soluções para a tarefa

Respondido por icarodanna
0

oi

vim do cravo

quem pe vc so

Respondido por priscilacandidacosta
1

Resposta:

Mover-se para além da dor Para sermos livres, devemos escolher além de só sobreviver à adversidade

Sempre me fascinou a maneira pela qual muitas feministas negras escreveram de modo a nos inspirar a viver além da dor, de não permitirmos que nossa existência seja somente marcada por violências.

Nesse mundo, o ato de fazer e beber limonada será refrescante e azedo, uma mistura da vida real do amargo e do doce, e não uma fala sobre nossa capacidade de suportar a dor, mas uma celebração da nossa capacidade de nos movermos além da dor”.

Em um importante artigo denominado “Recusando-se a Ser uma Vítima”, hooks discute como seria crucial o foco no enfrentamento da dor, e não somente em relatar a dor, pois somente relatar nos fixa no lugar de quem

é

Outro perigo da identidade vitimada é que a sociedade adora ouvir “histórias tristes ou de superação”, só aceita a mulher negra no lugar da “coitada”, no qual precisa ser guiada, e não no lugar da altivez, do orgulho em ser o que é, como sujeito.

Enfrentando a dureza, a destruição causada por falta e privação econômica, a injustiça cruel do apartheid racial, eu vivia em um mundo em que as mulheres ganhavam força no compartilhamento de saber e recursos, e não por que se juntavam na base de serem vítimas.

Mover-se para além da dor, ainda assim, e se levantar, são atos restituidores de sonhos, de possibilidades de existências plenas, de poder dizer: “Para sermos verdadeiramente livres, devemos escolher além de simplesmente sobreviver à adversidade”.

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