Preciso de um resumo do conto O Brás urgente, ate hj de noite, pfvr
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Resposta:
Partindo da atuação como jornalista, Machado evidencia o que chama de “artigos de fundo” (isto é, textos de destaque de uma publicação diária) sobre protagonistas da cidade e da nação brasileira, os italianos. Do “consórcio da gente imigrante com o ambiente” nascem as “notícias” do volume, que começa com a apresentação de “Gaetaninho”. O apelido é transformado em manchete por conta de uma uma tragédia cotidiana: o atropelamento de um menino cujo sonho é acompanhar um enterro ao lado do cocheiro. Dos sonhos interrompidos de uma criança, passa-se ao jogo social, cujos protagonistas podem ser: uma jovem tecelã, “Carmela”, (dividida entre seu relacionamento com um pobre barbeiro da colônia e a aventura a bordo de um Buick com um bon vivant local); uma criança, a pobre “Lisetta”, (às voltas com o desejo irrefreável de brincar com o urso de pelúcia de uma menina de melhor condição econômica); ou um deputado de nome luso-brasileiro, “Januário Peixoto de Faria”, cujo passado de orfandade esconde o nome bárbaro de “Gennaro”.
Em outros momentos, os retratos expandem-se para abranger: situações-limite, caso de “Amor e Sangue”, em que se narra um crime passional; casamentos arranjados, como em “Sociedade”, em que italianos e brasileiros celebram o enriquecimento mútuo à sombra do preconceito com o imigrante; ocasiões festivas da população operária da cidade, “Corinthians (2) vs. Palestra (1)”, em que a rivalidade entre agremiações pauta as decisões amorosas de uma jovem dividida entre dois amantes; ou ainda o abraço de corrompidos e corruptores, “Armazém Progresso de São Paulo”, com que também se celebra a prosperidade do imigrante e dos nascidos na cidade. Com foco no retrato, ou no interesse da situação, Alcântara Machado aborda a integração dos italianos à vida brasileira, explorada pelos modernistas pós-Semana de 1922, sobretudo a partir do movimento pau-brasil (1924).
À medida que segue os contemporâneos modernistas e constrói retratos do “italianinho” paulista, tendo por horizonte a formação de uma nacionalidade, Alcântara Machado empresta sutileza épica às narrativas. Essa é a percepção do crítico e diretor teatral Sérgio de Carvalho (1967): “o drama de todos os dias, a ser mostrado em cena, deveria se dar em escala de epopeia, compondo um painel de heróis moralmente ambíguos, formalização ampla no tempo e espaço, feita de episódios em que predomina o exame da ação e não do caráter individual”1. Tal painel contrapõe-se, no plano estético, a uma crítica comum à técnica literária de Alcântara Machado – a da inexistência, como afirma Alfredo Bosi (1936), de qualquer
identificação coerente [de Alcântara Machado] com o imigrante, pitoresco no máximo, patético porque criança (o conto célebre de Gaetaninho), mas, em geral, ambicioso, petulante, quando capaz de competir com as famílias tradicionais em declínio. O populismo literário é ambíguo: sentimental, mas intimamente distante2.
Quando vista sob a perspectiva de uma “epopeia do progresso urbano”, no entanto, a suposta deficiência da caracterização (que por vezes sugere tons de sátira e paródia, principalmente no que toca à linguagem dos imigrantes) deriva menos do elitismo ideológico do autor do que de opções estéticas que colocam Brás, Bexiga e Barra Funda na literatura urbana dos grandes centros. Nesse sentido, ainda soa verdadeiro o comentário contemporâneo do jornalista Peregrino Jr. (1898-1983) sobre a vida “Sem enfeites. Sem disfarces. Sem comentários” representada na obra, “sem a preocupação besta de falar difícil, de fazer teses e explicar fenômenos sociológicos”3. O “espírito de observação” elogiado pelo crítico, espírito que “anda pela vida com uns olhos grandes de ‘kodak’, fixando com exatidão as coisas que encontra em seu caminho”, remonta à apropriação da experiência fragmentada da metrópole e das técnicas de informação que guiam o romance vanguardista europeu e norte-americano das décadas de 1920 e 1930.
Na ação e integração das personagens em um horizonte mais amplo de sentido, nacional ou paulista, podemos observar em Alcântara Machado a construção de uma ética narrativa calcada na exposição técnica de seus processos (vide a relação entre literatura e jornalismo, conto e notícia, que abre o volume).
Se puder me classificar como melhor resposta eu agradeço ;)
Resposta:
Alcântara Machado nasceu dentro do espírito modernista de 1922. Em 1927, publicou uma seleção de pequenos contos que batizou com o título de Brás, Bexiga e Barra Funda, obra com que se destacou no movimento, podendo ser considerado o primeiro escritor a receber influência direta de modernistas, sobretudo de Oswald de Andrade. Os 11 contos que compõem a obra nasceram da experiência do autor como jornalista e, portanto, apresentam o sabor da notícia. Como cenário, tem três bairros paulistanos, nítida ambientação ítalo-brasileira. O autor defende a tese de que alguns imigrantes, principalmente o italiano, trazem em si a alegria, o canto e a movimentação. Ao pisarem o solo brasileiro... - Veja mais em
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