Preciso de um pensamento religioso sobre a descriminação do aborto
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A Igreja é contra o aborto, pois defende a vida em todas as suas etapas. Porém ela compreende que além do seu próprio ponto de vista, ela é inserida em uma sociedade, e por isto tem consciência que cada povo tem suas leis. Em alguns países o aborto é permitido, em outros de forma parcial e existem alguns países que o aborto é totalmente proibido. Mas a Igreja Católica tem um posicionamento único independente das regras de cada país. Lembre-se: Nem sempre aquilo que é legalmente aceito é moralmente lícito. Veja o que o Catecismo da Igreja Católica ensina:
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecido os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.
Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5). Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (Sl 139,15). (CIC§2270)
O aborto é um pecado grave e é preciso que o católico saiba disso. A coisa é muito séria e não sou eu quem diz, mas a Igreja. Veja: A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. “Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão sentenciai” “pelo próprio fato de cometer o delito” e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao ‘inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.
O inalienável direito à vida de todo indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação:
“Os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina. Entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo se humano, desde a concepção até a morte.” (CIC§2272)
É claro que a Igreja Católica não vira as costas para quem comete o aborto, da mesma forma que não rejeita nenhum pecador. No entanto sabemos que uma coisa é o pecador (que deve ser conduzido de volta ao rebanho) e outra é o pecado (que deve ser abandonado). E mais: O pensamento dos primeiros cristãos sempre foi este. Veja:
Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral:
Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido.
Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo d preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos. (CIC§2271)