preciso de um cordel inspirado no boitata!!
Soluções para a tarefa
Cobra de fogo, Boi Tatá
É fogo fátuo, clareia a escuridão
Vaga deslizando na imensidão
Protegendo os campos
Deixando uns aos prantos
Vendo trazendo assolação
O calafrio, o arrepio
Para até o coração
Chama azul, olhos de fogo
Fera do rio, juram que te viu
Não é só lenda pro povo
O CAÇADOR DE BOITATÁ
Toda vez que leio cordel
O coração quer a rima
Bate forte, um grau acima
Na saudade em tropel
Dos contos do menestrel.
Me lembro dos céus e climas
Juntos irmão, tios e primas,
Todos quase siderais
Ouvindo loas de pais
Viajamos auto-estimas.
Pai contava atento a tudo
No tempo que é tudo golpe
Trotava verso a galope
Altas noites vento mudo
Contava causos, sisudo,
Com a voz de tom profundo
Dizendo num só segundo:
- Juro que vi boitatá
Fogo de “amedrontá”
No além do mato fundo.
Só queimava chispante
Era uma bola de fogo
Erigida sem ter rogo
Do chão saia chispante
De pavor e de rompante
Vibrante nos perseguindo
Tropel a nos inquirindo
Zigue zagueando léu
Avermelhando o céu
Apavorando e fugindo.
Rápido no seu caminho
Cegaria num zás-trás
Sem nunca olhar prá trás
Ligeiro em desalinho
Alcancei os cedrinhos.
Saltei bem na dianteira
Minha mão na cartucheira
O tocaiei bem no ninho
Vigiei bem de mansinho
Luzindo na algibeira.
Era fogo da clareira
Descendo em direção
Dos meus olhos a visão
Da chama na corredeira
Do boitatá na zoeira.
O tiro certo eu mirei
Ele caiu eu o olhei
Nas águas do ribeirão
Apagando sem senão
Boitatá matreiro e fei’.
Agora nem tem mais não
Espanto e desatino
Era dom do meu destino
Ser ousado e valentão
Minhas mãos e o coração
Outras versões hão de ler
Se um pouco mais quer saber
Que o tempo descolore
Mas à luz desse folclore
Nada mais tenho a dizer.
Vilma Piva