Português, perguntado por clinciasouza, 1 ano atrás

preciso de dois poemas românticos de bocage

Soluções para a tarefa

Respondido por lafuno123
1

O poeta asseteado por amor

Ó Céus! Que sinto n'alma! Que tormento!

Que repentino frenesi me anseia!

Que veneno a ferver de veia em veia

Me gasta a vida, me desfaz o alento!

Tal era, doce amada, o meu lamento;

Eis que esse deus, que em prantos se recreia,

Me diz: <<A que se expõe quem não receia

Contemplar Ursulina um só momento!

>>Insano! Eu bem te vi dentre a luz pura

De seus olhos travessos, e cum tiro

Puni tua sacrílega loucura:

>>De morte, por piedade hoje te firo;

Vai pois, vai merecer na sepultura

À tua linda ingrata algum suspiro.>>

                              Bocage



Desejo Amante

Elmano, de teus mimos anelante,

Elmano em te admirar, meu bem, não erra;

Incomparáveis dons tua alma encerra,

Ornam mil perfeições o teu semblante:

Granjeias sem vontade a cada instante

Claros triunfos na amorosa guerra:

Tesouro que do Céu vieste à Terra,

Não precisas dos olhos de um amante.

Oh!, se eu pudesse, Amor, oh!, se eu pudesse

Cumprir meu gosto! Se em altar sublime

Os incensos de Jove a Lília desse!

Folgara o coração quanto se oprime;

E a Razão, que os excessos aborrece,

Notando a causa, revelara o crime.

                          Bocage


Respondido por uaiane73
4
1- poema:

Nascemos para Amar

Nascemos para amar; a Humanidade 
Vai, tarde ou cedo, aos laços da ternura. 
Tu és doce atractivo, ó Formosura, 

Que encanta, que seduz, que persuade. 

Enleia-se por gosto a liberdade; 
E depois que a paixão na alma se apura, 
Alguns então lhe chamam desventura, 
Chamam-lhe alguns então felicidade. 

Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre, 
Com esperanças mil na ideia acesas. 

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre:
E, segundo as diversas naturezas, 
Um porfia, este esquece, aquele morre. 

2- poema:


Nada se Pode Comparar Contigo

O ledo passarinho, que gorjeia 

D'alma exprimindo a cândida ternura; 
O rio transparente, que murmura, 
E por entre pedrinhas serpenteia; 

O Sol, que o céu diáfano passeia, 
A Lua, que lhe deve a formosura, 
O sorriso da Aurora, alegre e pura, 
A rosa, que entre os Zéfiros ondeia; 

A serena, amorosa Primavera, 
O doce autor das glórias que consigo, 
A Deusa das paixões e de Citera; 

Quanto digo, meu bem, quanto não digo, 
Tudo em tua presença degenera. 
Nada se pode comparar contigo.




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