PRECISO DE AJUDA URGENTE!!!
A GRANDE DEPRESSÃO DE 1930
“O Mundo demorou a perceber que estamos vivendo, este ano, à sombra de uma das maiores catástrofes econômicas da história moderna (...)
Antes de tudo, deve-se notar a extrema violência da retração econômica. Nos três maiores países industriais do mundo – Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha –, 10 milhões de trabalhadores permanecem ociosos. Dificilmente haverá, em qualquer parte, uma indústria importante que obtenha lucro bastante para expandir-se – o que é o teste do progresso. Ao mesmo tempo, nos países de produção primária, o produto da mineração e da agricultura está sendo vendido, no caso de quase toda mercadoria importante, a um preço que, para muitos ou para a maioria dos produtores, não cobre o custo (...) e não há, na história moderna, exemplo de uma queda de preços tão grande e tão rápida de uma cifra normal como no ano passado. Daí a magnitude da catástrofe.
O tempo decorrido antes que a produção cesse e o desemprego atinja o máximo é, por várias razões, muito mais longo no caso dos produtos primários do que no da manufatura (...) Não obstante, aproximamo-nos rapidamente da fase em que a produção primária se restringirá quase tanto quanto a manufatureira, e isso terá um efeito adverso para os industriais, já que os produtores primários não terão poder aquisitivo para comprar manufaturas, e assim por diante, num círculo vicioso.
Neste quadro de incerteza, os produtores individuais baseiam esperanças ilusórias em cursos de ação que beneficiariam agentes individuais ou uma classe de produtores enquanto os percorressem sozinhos, mas que não beneficiariam ninguém quando todos os adotassem. Por exemplo: restringir a produção de uma mercadoria primária em particular eleva seu preço enquanto permanecer irrestrita a produção de indústrias que a utilizam; mas, se a retração se generalizar, então a demanda desta mercadoria primária cairá tanto quanto a oferta e ninguém ficará mais em vantagem. Ou, então, se um produtor particular de um determinado país reduzir os salários, ele será capaz de avantajar-se no comércio internacional, enquanto os outros não fizerem o mesmo. Se, no entanto, os salários forem reduzidos em todas as partes, o poder aquisitivo da comunidade como um todo cairá na mesma proporção da redução dos custos e, de novo, ninguém ficará em vantagem.
Assim, nem a restrição do produto nem a redução dos salários servem, em si, para restaurar o equilíbrio.
Mais ainda: mesmo que conseguíssemos, eventualmente, restabelecer a produção ao nível inferior dos salários nominais apropriado – digamos – ao nível de preços anterior à guerra, nossos problemas não terminariam, pois desde 1914 foi contratado um imenso encargo de dívidas nacionais e internacionais (...). Assim, toda a queda de preços elevará o peso das dívidas, por aumentar o valor da moeda em que estão fixadas (as dívidas). Por exemplo, se devêssemos retornar ao nível de preços anterior à guerra, a Dívida Nacional Britânica seria cerca de 40% maior do que era em 1924 e o dobro do que era em 1920 (...); as obrigações de devedores tais como a América do Sul e a Austrália se tornariam insuportáveis sem uma redução do seu padrão de vida em benefício de seus credores; agricultores e famílias de todo o mundo, que tomaram empréstimos sob hipoteca, se encontrariam vítimas de seus credores. Em tal situação, deve ser duvidoso que os necessários ajustes possam fazer-se a tempo de prevenir uma série de bancarrotas, inadimplências e repúdios que abalariam a ordem capitalista até suas fundações. Aqui estaria um solo fértil para agitação, sedições e para revolução. Já é assim em muitos quadrantes do mundo. No entanto, em todo o tempo, os recursos da Natureza e os instrumentos humanos continuariam sendo tão férteis e produtivos quanto antes. A máquina teria sido somente emperrada em conseqüência de uma confusão. Mas, por termos perturbação no magneto, não temos de admitir que cedo voltaremos a uma barulhenta carruagem e que terminou o tempo do automóvel.”
KEYNES, John. OS ECONOMISTAS, São Paulo, Nova Cultural, Pp. 312/314.
Perguntas:
1) Para Keynes, a queda dos preços e da produção atingiu que setores da economia?
2) Podemos associar as idéias expostas no texto com o New Deal? Por quê? Dê exemplos.
3) Mediante o exposto no texto, como ficaria a situação do Brasil com a Depressão?
4) O que Keynes quis dizer com a frase: “Nem a restrição do produto nem a redução dos salários servem, em si, para restaurar o equilíbrio”?
5) Justifique a frase grifada do texto.
6) Segundo o autor, por que os ajustes na economia, naquele momento, eram urgentes?
7) Podemos classificar Keynes como um economista liberal? Justifique.
8) Leia, separadamente, cada parágrafo do texto e reescreva-os.
9) Podemos ver alguma influência da Segunda Revolução Industrial nos fatos narrados por Keynes? Justifique.
10) Podemos apontar algumas características econômicas apontadas por Keynes nos dias atuais? Quais?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
1) Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo) , os setores afetados foram o setor financeiro, agrícola,industrial, bens de consumo primário.
2) Sim, Os itens do projeto eram: (I) investimento maciço em obras públicas: o governo investiu US$ 4 bilhões (valores não corrigidos pela inflação) na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos; (II) destruição dos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda de seus preços; (III) controle sobre os preços e a produção, para evitar a superprodução na agricultura e na indústria; e (IV) diminuição da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos. Além disso, fixou-se o salário mínimo, criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-aposentadoria (para os maiores de 65 anos). Essas políticas econômicas, até então inusitadas, foram adotadas quase simultaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e por Hjalmar Schacht na Alemanha, cerca de três anos mais tarde, foram racionalizadas pelo economista John Maynard Keynes em sua obra clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda.
3)O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a recessão econômica foi a de produção do café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos.
5) Não consigo ver a frase grifada se puder enviar aqui no chat estarei a disposição
6)Pois a economia estava a beira do colapso com grandes fomes e altos nveis de desemprego.
7)Não pois divergia do "Pai" do liberalismo Adam Smith, e propões ideias intervencionistas
10) Sim pois temos mais regulações em variados setores e uma interveção forte do estado em algumas crises, por exemplo a crise de 2008