Preciso de ajuda! Uma redação de 20 ou 30 linhas sobre o Sistema de Cotas Étnico-raciais nas universidades.
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Após resistir por décadas em adoção do sistema de cotas raciais, a USP finalmente cedeu, no ano passado, através das congregações das unidades e do Conselho Universitário, e introduziu políticas afirmativas na Fuvest 2018 e Sisu. Provavelmente, a composição étnica da USP nos seus diferentes campi tenderá a ser mais diversificada, a partir deste ano.
Relembrando, a votação no Conselho Universitário em julho do ano passado foi histórica, em que 75 membros do Conselho Universitário da USP disseram sim ao sistema de cotas; oito disseram não e nove se abstiveram. Totalizando 92 votos.
Assim, 37 por cento das vagas do vestibular da Fuvest 2018 foram destinadas aos alunos de escolas públicas. A cada ano a reserva de cotas irá subir, até atingir a meta, em 2021, de 50 por cento das vagas destinadas ao sistema de cotas.
As vagas reservadas para Pretos, Pardos e Indígenas (PPIs), termos que são designações do IBGE, serão proporcionais à presença desses segmentos no Estado de São Paulo. Assim, dos 37%, 13,7% serão reservados para Pretos, Pardos e Indígenas.
É a primeira vez que a USP adotou um sistema de cotas sociais e raciais. Como diz o ditado popular, “antes tarde do que nunca”.
Mas, ao adotar o sistema de cotas raciais, a USP sinaliza que está, de certa forma e em seu ritmo, em transformação. Se por um lado, reconhece que não é mais possível se fechar na ideologia da meritocracia, ainda precisa mudar os seus diferentes paradigmas.
Um deles, que ainda é um desafio para a USP, é aproximar Extensão Universitária do Ensino e da Pesquisa. Muitas vezes, as pesquisas desenvolvidas na USP ainda estão longe das questões sociais. Não me refiro somente ao debate sobre pesquisa básica ou aplicada. A questão é mais profunda.
Após resistir por décadas em adoção do sistema de cotas raciais, a USP finalmente cedeu, no ano passado, através das congregações das unidades e do Conselho Universitário, e introduziu políticas afirmativas na Fuvest 2018 e Sisu
Por exemplo, não raro, em fortes chuvas que assolam São Paulo, o campus Butantã da USP costuma ficar alagado, impossibilitando a saída dos carros em todas as suas portarias. Atualmente, a acessibilidade e mobilidade no campus são muito precárias. Um cadeirante, por exemplo, não consegue com facilidade e autonomia passar de um prédio para outro.
Ou seja, a maior universidade pública da América Latina produz ciência de ponta, mas ruas e áreas não contemplam projetos urbanísticos; seus prédios não têm conforto ambiental ou acústico e há pouquíssima preocupação com acessibilidade, dentro e fora dos prédios. Assim, há produção de ciência de ponta, que não transforma de fato os diferentes cenários do seu próprio campus.
O ensino de graduação ainda utiliza os mesmos paradigmas de quando a USP foi fundada. As disciplinas ainda são demarcadas por áreas de Humanas, Biológicas e Exatas, contempladas pelo Positivismo comtiano.
O ideal de interdisciplinaridade (ou transdisciplinaridade, para os mais ousados) fica somente no inalcançável. Na maior parte das vezes, em um mesmo departamento, um professor não sabe o conteúdo que o seu colega está ministrando.
Disciplinas semestrais que tomam todo um período de longas aulas de quatro horas ainda estão presentes em grades curriculares pouco flexíveis. Alunos passam mais tempo em salas de aula do que em bibliotecas.
A apatia sócio-político-cultural é outro aspecto da USP. Os seus grupos representativos (Adusp, Sintusp e movimentos estudantis) pouco têm mobilizado politicamente a USP. As questões políticas do país têm passado ao largo da universidade e das suas salas de aula. Nunca, em toda a história da universidade, se viu estudantes, professores e servidores técnicos e administrativos tão desinteressados e desinformados sobre o que está acontecendo no país.